Quem usa ou já usou Chrome OS sabe como é sofrido tentar tocar qualquer tipo de mídia. Não há um player nativo e a oferta de aplicativos que tentam remediar esse problema é muito baixa (e muitos não rodam quase nada). Mas a partir desta sexta-feira (18) o cenário mudou: quem usa o sistema operacional do Google agora pode baixar o VLC.

Você provavelmente já usou o player em questão: ele está disponível para quase todos os sistemas operacionais no desktop, incluindo Linux, BSD, Solaris e até o ReactOS. O VLC é referência entre os players de vídeo, oferecendo uma interface simples, completa e que consegue rodar vários tipos de arquivo.

No Chrome OS, o cenário não é diferente: ele suporta todos os formatos de vídeo e áudio que rodam no VLC comum, como *.mkv, *.iso (para DVDs), *.mp4, *.flv e as mais variadas extensões de áudio, como *.flac, *.ogg, *.wav e, claro, *.mp3. Ele também aceita legendas em *.srt e *.ssa.

Como nas outras versões para desktop, o VLC faz playback de vídeos locais ou carregados da internet, tem um equalizador de áudio e suporta playlists, sincronização de áudio e vídeo e até decodificação de áudio ou vídeo acelerado por hardware. Assim como nas versões móveis, o VLC também oferece uma biblioteca que mostra todas as suas mídias adicionadas.

O que pode ter deixado muita gente frustrada é o tempo que o aplicativo levou para desembarcar na plataforma do Google. Se ele estava disponível até para Solaris e BSD, por exemplo, por que o lançamento no Chrome OS demorou tanto? A resposta é relativamente simples e tem apenas quatro palavras: Android Runtime for Chrome (ARC).

vlc-chrome-os-2

Você deve lembrar que o Chrome OS roda, em sua maioria, aplicativos que são feitos para a própria loja de extensões do navegador Chrome, o que limita o código a linguagens web, como HTML5 e JavaScript. O problema é quando é preciso adaptar um player de vídeo que lida com várias tecnologias de decodificação para entregar uma experiência suave e consistente ao assistir um vídeo. Uma tarefa quase impossível, uma vez que o VLC é desenvolvido nas linguagens C e C++.

Com o ARC, o cenário mudou drasticamente: o VLC usou cerca de 95% (!) do código-fonte do aplicativo para Android e fez algumas otimizações, tornando possível a criação. Isso acontece porque o ARC possibilita a simulação dos apps para Android onde o Chrome está disponível, expandindo o suporte do código.

A partir do que foi escrito no app móvel, a equipe de desenvolvimento do VLC conseguiu adaptar vários recursos para o Chrome OS. Eles colocaram até algumas otimizações que ainda nem foram lançadas! É importante frisar que o VLC ainda não suporta o ARChon Runtime, plataforma que espelha os apps do Android no OS X, Linux e Windows.

Até agora, o aplicativo para o Chrome OS foi testado no Chromebook Pixel e no HP Chromebook 14. O post no blog do software reconhece que o app pode não funcionar em todos os dispositivos, mas recomenda que a máquina esteja com a versão 48 ou superior do Chrome. Se você se encaixar nesses requisitos, pode testar o aplicativo aqui.

Fonte