O Philips SHL3060 tem uma premissa ousada: um fone bonito, com “graves potentes” (ou ao menos é isso que a embalagem diz) e que pode ser encontrado por aí com preços abaixo de R$ 80 em lojas confiáveis. Ele é tudo isso mesmo? Compensa o dinheiro investido? Confira as resposta agora no review do headphone intermediário da Philips.
Mito ou verdade? É preciso amaciar fones antes da compra?
Design
Vamos começar entendendo a categoria em que o Philips SHL3060 se encaixa: trata-se de um fone supra-auricular ou supra-aurais (também chamado de “on ear” na gringa), o que basicamente quer dizer que as almofadas se encaixam sobre a orelha, não ao redor dela. Acolchoadas e com revestimento plástico, elas são bem confortáveis e ficam sobre as orelhas sem apertar muito. Isso faz com que o SHL3060 não incomode após uso prolongado – a não ser que você use óculos, porque aí a pressão do fone sobre a haste, mesmo que leve, pede ao menos um pausa após uma hora de uso.
Aliás, essa é uma característica impossível de ignorar no Philips SHL3060: ele tem corpo todo de plástico. E, a menos de R$ 80, é mais ou menos o que poderíamos esperar. Essa, no entanto, não é uma característica de todo ruim: a construção de plástico deixa o headphone extremamente leve. Ele ainda é dobrável, o que é um ponto superpositivo para quem quer levá-lo em viagens – é jogar o fone na mochila e sequer notar o peso extra. Ah, a entrada do fone é o clássico P2, de 3,5 mm, o pino comum que costuma funcionar na maior parte dos aparelhos.
Justamente por ser de plástico, o Philips SHL3060 não passa aquela sensação de um fone robusto e muitíssimo bem construído, se é isso que você procura. No geral, na balança do custo-benefício, a construção do fone é perfeitamente justa. Ele ainda é um carinha bonito – vamos lá, isso é questão de gosto, mas precisamos admitir que o bichinho é jeitoso.
O cabo do fone tem 1,2 m e um visual que não passa lá muita segurança em relação à durabilidade a longo prazo. Vale dizer que, ao menos por aqui, não tivemos nenhum incidente com cabo quebrado no mês inteiro em que testamos o fone, então o visual frágil não parece se refletir em construção frágil, o que é um bom sinal. Não sabemos como o fone vai se comportar após 6 meses ou 1 ano de uso, mas nada nos nossos testes nos fez desconfiar da durabilidade.
Funcionalidades
Agora, a R$ 80 abrimos mão de um par de itens: ele não tem controlador
de volume nem microfone. Se você quer usá-lo para games e precisa de um
microfone embutido para se comunicar em jogos online, é melhor procurar
alternativas. Para uso cotidiano, ouvindo música no notebook ou no
celular, só o controlador de volume fez falta no final das contas.
Qual é o melhor fone de ouvido por até R$ 100? Confira indicações de usuários
Qualidade do som
Partindo ainda da premissa do custo-benefício, sabemos que o Philips SHL3060 não é para audiófilos ou profissionais da área. Dito isso, a qualidade do som do headphone foi satisfatória e, em alguns casos, inclusive melhor do que esperávamos. Há defeitos, claro, e vamos explorá-los mais adiante.
Os agudos e médios do fone são muito bom, mesmo. Os agudos, em particular, são particularmente detalhados e cristalinos, e nisso o SBL3060 faz um trabalho digno. Ele é um ótimo fone para música pop, por exemplo, e outros ritmos que valorizem os vocais.
Agora, os graves… Vamos lá, eles não são ruins, mas esperávamos mais já que o fone se vende com a etiqueta de “graves poderosos”. Não são. Os graves não geram grande impacto e o resultado para músicas com prevalência de graves, a exemplo de rap e hip hop, é apenas razoável – nada dessa excelência toda vendida.
Com equalizadores conseguimos melhorar a experiência dos graves: a maioria dos apps e programas de música têm funções avançadas que permitem ajuste manual do som, mas para quem quer uma experiência “tirar da caixa e usar” esse é um ponto negativo. Para fones nessa categoria, o conjunto é mais do que aceitável, embora nossa expectativa fosse um cado mais alta devido à propaganda toda.
Outro ponto legal é que graças às almofadas o fone tem cancelamento de ruído passivo e consegue abafar bem o som ambiente, algo na casa dos -8 dB. Como ele alcança volumes razoavelmente altos (cuidado com a saúde dos seus ouvidos!), prepare-se para não escutar ser chamado por pessoas no entorno.
Conclusão
O Philips SHL3060 merece respeito. É um fone de qualidade para a categoria em que está e é inegável que oferece bom custo-benefício. Ok, ele exagera na propaganda dos graves e falta microfone e controlador de volume, mas, no geral, vale os R$ 80 gastos. Aliás, se você procurar com cuidado, consegue achar por aí preços abaixo disso.
Ficha técnica
Frequência | 10 – 22.000 Hz |
Impedância | 24 Ohm |
Sensibilidade | 106 dB |
Diâmetro da caixa acústica | 32 mm |
Comprimento do cabo | 1,2 m |
Pino | P2 (3,5 mm) |
Peso | 0,227 Kg |