Destiny saiu com uma série de dúvidas sobre sua possível qualidade ou mudanças que ele traria ao gênero de tiro em primeira pessoa. Mas o sucesso foi tanto que, anos depois, estamos recebendo sua sequência, Destiny 2, para PS4, Xbox One e futuramente PC, expandindo o universo criado pela Bungie e Activision. O jogo continua a história do primeiro e expande as novidades para sua jogabilidade, tornando-se muito mais que um “shooter”. Entenda melhor do que falamos, em nosso review completo:
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Um novo cenário, uma nova ameaça
Destiny 2 continua de um ponto onde a história do primeiro “largou” os personagens, pouco depois das últimas expansões. Os Guardiões de todas as classes e seus líderes vigiam o Viajante e a Torre, onde os humanos e raças aliadas fizeram seu “ninho” e base da aliança. Tudo muda, porém, quando uma nova ameaça surge no horizonte: a Legião Vermelha. Em um ataque surpresa, é causado o grande expurgo, que não apenas retira os poderes dos personagens, mas também danifica o gigante ser que paira em suas cabeças.
Se a Bungie pretendia surpreender com esse tipo de narrativa ainda mais cinematográfica, conseguiu. Destiny 2 começa com um “chute na porta”, para te dizer que daqui em diante não vai ser fácil – o que não é exatamente verdade, e você vai entender os motivos para isso, mais adiante. Porém, é de bater palmas o esforço feito pela produtora para lidar com o fato de ter de superar o primeiro jogo nos termos de história, e de certa forma conseguir.
Destiny 2 não apenas conta como seu Guardião, importado do primeiro jogo se você for um veterano, perdeu seus poderes e equipamentos. Ele justifica de uma forma que, ao mesmo tempo, introduz a ameaça gigantesca desta edição, que parece muito maior do que já foi visto em todos os capítulos do game original, mesmo contando suas expansões e capítulos extras.
Isso também se traduz em uma melhor exploração nos personagens de apoio do elenco, que deixam de ser simples NPCs que dão missões e passam a integrar a narrativa de forma mais natural. É claro que isso já era notável no primeiro game, mas aqui ficou melhor, diferente e ainda assim nem um pouco estranho. É a Bungie mostrando tudo que aprendeu ao longo da história de Halo, um de seus maiores sucessos, elogiado também pelo enredo.
Destiny 1.5
Temos uma boa e uma má notícia: até certo ponto da campanha, este segundo jogo se parece muitíssimo com o primeiro. Chegamos a chamá-lo de “Destiny 1.5” em alguns momentos, de tantas eram as similaridades e poucas mudanças. A boa notícia é que, pouco mais de duas horas seguintes, encaramos algumas mudanças muito bem vindas – ainda que a sensação de não estar jogando algo totalmente novo persista.
Destiny 2 tem novidades. Algumas relevantes, outras que mais parecem perfumarias, como todo jogo que dá sequência a um primeiro grande sucesso. Há também correções de erros e críticas que estavam na aventura original, o que é bom, mas outros continuam presentes, o que nos deixou um pouco confusos.
Mas vamos por partes: Destiny 2 brilha quando te apresenta ao novo sistema de missões, dando liberdade para que o jogador “monte” o caminho da forma que quiser, mais ou menos, aceitando missões dinâmicas repassadas pelos NPCs, ao longo de alguns dos enormes cenários presentes nos planetas – principalmente na Terra. Há um sistema que, de longe, lembra o famigerado “open world”, ou mundo aberto, mas que no fundo não é exatamente isso.
Há os chamados “hubs”, onde seu Guardião pode explorar e simplesmente matar inimigos para angariar experiência, sem se preocupar com uma missão que não está ativa, ou simplesmente investigar o que foi pedido e lidar com os requisitos para cumprir a tarefa. Na verdade ele continua lembrando o esquema de MMORPGs, com muitas “quests” para se fazer sem perder o foco da campanha principal, como as missões de patrulha.
Classes repaginadas
As classes de Destiny, Titã, Caçador e Arcano, continuam presentes, mas todas foram repaginadas. Além de novas habilidades, há também novas formas de evolução. Para quem gostava dos golpes especiais antigos, más notícias: eles foram substituídos. O lado bom, porém, é que vieram os upgrades extremamente melhores, inclusive visualmente.
Jogamos principalmente de Caçador, classe principal que usamos no primeiro Destiny, mas também usamos bastante das outras. Todas parecem continuar bem equilibradas, com direito a equipamentos melhorados por meio da luz presente, ainda que cada golpe faça sua própria diferença.
Multiplayer intacto
Ainda que não tenha “Raids” no lançamento, o que é um ponto fraco (também não há clãs), Destiny 2 continua oferecendo grande interação multiplayer. Há, claro, o modo competitivo, para quem quer manter viva a raíz de jogo de tiro do game, ainda que as descrições dos novos objetivos nesta porção do online sejam um pouco confusas de entender enquanto a partida está acontecendo.
Já as missões para serem feitas em grupo, sempre com opção aberta de cooperativo para amigos ou desconhecidos, continuam como a experiência central da série Destiny. Jogar as fases sozinho pode ser divertido, mas reunir sua equipe de ataque com quem sempre joga com você é outro nível de diversão. É claro que isso também facilita o desafio, mas o game continua equilibrado da forma exata.
Inovador? Nem tanto
Como citamos, Destiny 2 parece, em uma boa parte, como se fosse um Destiny 1.5. Os controles principais continuam os mesmos – os botões para ativar cada ação não mudaram em nada –, o que poderia ser encarado como um ponto negativo. Mas dá para entender o que foi feito pela Bungie: manter a familiaridade para não gerar reclamações e deixar espaço para inovar em outras áreas, ainda que nem tanto assim.
Neste sentido, Destiny 2 continua o que o primeiro game foi: um jogo de tiro de qualidade e com uma temática de ficção científica bem trabalhada. Gostar do gênero não é um pré-requisito para aproveitar, mas quem for jogar deve saber o que esperar. Não é ao acaso que a produtora demorou alguns bons anos antes de anunciar sua sequência, em vez de torná-la anual, como outras sagas deste tipo em primeira pessoa.
Os gráficos, porém
Se a jogabilidade central do jogo mudou pouco, nos gráficos Destiny 2 não mudou praticamente nada. O game tem boas escolhas de design de fases, personagens e monstros, muito por conta da herança de Halo, da Bungie, mas não há surpresas. Quem curtiu a qualidade de Destiny vista no PS4 ou Xbox One vai continuar na mesma. A experiência de PC, contudo, como vista no beta fechado, parece estar superior – inclusive rodando a 60 quadros por segundo.
Já a trilha sonora faz seu trabalho de dar o tom certo aos personagens, cenários e ameaças. Um bom jogo não se faz sem uma grande trilha. Todas as músicas são orquestradas em tons distintos e com batidas que acompanham o clima das cenas – seja de conquista, derrota, tristeza ou alegria. O mesmo pode ser falado da dublagem brasileira, de alta qualidade e basicamente com vozes familiares da primeira edição.
Conclusão
Destiny 2 se parece com o primeiro e os fãs não devem enxergar problemas nisso. O jogo mudou bastante em detalhes e corrigiu muitos erros da aventura original, mas manteve sua estrutura quase a mesma, o que é um bom ponto, já que anteriormente era um excelente game. Apesar da pouca evolução da jogabilidade principal e dos gráficos sem surpresas, o título da Bungie e Activision mostra os motivos de tantos elogios para a série, com multiplayer de primeira e controles afiados.
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