Já sabíamos dos planos da Microsoft de lançar o Office 2016 algumas semanas após a estreia do Windows 10. Só não tínhamos a data oficial. Pois bem, essa informação foi revelada nesta quinta-feira (10): o Office 2016 para Windows chega em 22 de setembro.
A nova versão vem com a missão de ser mais integrada às nuvens do que nunca. Há uma boa razão para isso: ter o Office apenas como suíte de escritório já não basta; a Microsoft quer transformar um dos seus principais produtos em uma plataforma de produtividade.
Se você testou o preview do Office 2016 deve ter notado isso. Desde a primeira versão pública de testes, liberada em maio, já era possível perceber o foco da Microsoft em recursos como colaboração remota em tempo real e armazenamento de documentos no OneDrive com a mesma facilidade que você tem ao salvar arquivos no seu computador.
Não que a companhia tenha ignorado a interface, por exemplo. O visual mudou, mas não de modo “dramático”. Se você já utiliza o Office 2013 terá pouca ou nenhuma dificuldade de adaptação. Talvez a principal mudança fique para os padrões de cores: a parte superior do Word agora é toda azul, o Excel é verde, e por aí vai. Pode não parecer, mas esses detalhes marcam cada aplicativo e ajudam na transição entre eles.
Na organização dos menus também há poucas mudanças. Assim, dificilmente você se perderá entre eles. Na verdade, talvez fique mais fácil encontrar o recurso que você precisa: o Office 2016 virá com várias Smart Applications, sendo uma delas o Tell Me (“Diga-me”, em tradução livre), uma barra de pesquisa para Word, PowerPoint e Excel que executa o comando que você digitar ali. Dependendo da funcionalidade a ser usada, será mais fácil encontrá-la por esse caminho do que vasculhando os menus.
Mas é mesmo com as nuvens que o Office 2016 tentará mostrar a que vem. Não é desta vez que você abandonará o salvamento de arquivos no seu computador, mas as mudanças apontam para esse caminho. No Outlook, por exemplo, os documentos anexados serão, na verdade, guardados no OneDrive e “linkados” nas mensagens. Além de ficar mais fácil localizar esse material, você poderá compartilhar por email arquivos bem grandes — com até 10 GB.
No Office 2013, você consegue salvar documentos no OneDrive com poucos cliques. A integração com o serviço ocorre como se fosse a coisa mais natural do mundo. O Office 2016 segue essa linha, mas com o diferencial de te “incentivar” ainda mais a salvar arquivos nas nuvens.
Nesse ponto fica mais fácil enxergar o Office como plataforma. Além das edições para Windows e OS X, a Microsoft preparou versões muito interessantes do Office para Android e iOS, como você deve saber. A ideia é que, concentrando seus documentos no OneDrive, você possa acessá-los a qualquer momento independente de dispositivo.
Nem todo mundo irá se beneficiar disso, mas com a integração com as nuvens a Microsoft também espera tornar a colaboração em tempo real um ponto forte do Office 2016. Na época que eu testei o preview (logo após a liberação), esse recurso não me pareceu ser tão intuitivo quanto no Office Online, mas podemos esperar por algo mais prático na versão final. Inicialmente, o recurso estará disponível apenas no Word, vale dizer.
Curiosamente, o OneNote — talvez o software do Office que mais transmite a noção de integração com as nuvens — praticamente não muda em relação à versão atual. Ou a Microsoft entende que nenhuma mudança é necessária por enquanto ou simplesmente está priorizando as outras ferramentas do Office.
De todo modo, a migração deve valer a pena, pelo menos para quem é usuário do Office 365: os assinantes terão acesso à atualização sem custo adicional. O download poderá ser feito manualmente a partir do dia 22. O update automático funcionará a partir de outubro. No mesmo mês começa a liberação do Office 2016 para empresas que têm licenciamento por volume.
No comunicado, a Microsoft reforça que a nova versão trará atualizações mensais para os assinantes do Office 365. Empresas que utilizam o Office 365 ProPlus terão a opção de receber pacotes cumulativos de updates a cada quatro meses (isso é útil, por exemplo, para facilitar o trabalho de companhias que têm grandes quantidades de máquinas para atualizar), além das atualizações de segurança mensais.
Para quem não quer assinar o Office 365, sim, o Office 2016 também será disponibilizado no tradicional modelo de venda de licença, mas ainda não há informação sobre preços.