Ainda que sem chamar muita atenção, alguns rumores recentes indicavam que a Intel estava prestes a adquirir a startup israelense Moovit. O negócio foi confirmado nesta segunda-feira (4): a Intel vai desembolsar aproximadamente US$ 900 milhões para se tornar dona da plataforma de mobilidade urbana.
Essa transação tem como base o ganho patrimonial líquido da Intel Capital, divisão da Intel focada em investimentos, como o próprio nome sugere. Essa abordagem fará o valor a ser pago corresponder a US$ 840 milhões, na verdade. Não deixa de ser um valor expressivo, de todo modo.
A questão é: por que a Intel adquiriu um serviço focado em mobilidade urbana? Essencialmente, para aumentar a sua participação no segmento de tecnologias para veículos autônomos.
Para quem está por fora do assunto, eis uma rápida explicação: a Intel é dona, desde 2017, da também israelense Mobileye, empresa que desenvolve justamente sistemas para carros autônomos e assistência ao condutor. Estima-se que, hoje, as tecnologias da empresa estão presentes em cerca de 60 milhões de veículos.
Pois bem, a Moovit vai unir forças com a Mobileye. Ambas as empresas vinham trabalhando juntas, até porque a Intel já havia feito investimentos na Moovit. Estando debaixo do mesmo guarda-chuva, as duas companhias poderão contribuir mais profundamente com os planos de longo prazo da Intel.
Um deles é o segmento de tecnologias para “robotaxis”, isto é, táxis autônomos. Para a companhia, esse é um mercado que poderá mover, sozinho, US$ 160 bilhões até 2030.
Chama atenção o fato de a transação ter sido anunciada durante o atual cenário de pandemia. O avanço da COVID-19 pelo mundo tem feito empresas dos mais diversos setores adiarem ou cancelarem negócios como este. Para a Intel, porém, o momento é oportuno, pois permite que a companhia avance enquanto potenciais rivais desaceleram.
De acordo com a Intel, a Moovit vai fazer parte da Mobileye, mas sem perder a sua marca e parcerias já estabelecidas. Em comunicado sobre o negócio, Nir Erez, cofundador e CEO da Moovit, assegurou que o serviço vai continuar operando de modo independente. Por ora, nada muda para o usuário.