Com a chegada do PlayStation 5, no final de 2020, a Sony também lançou alguns acessórios extras vendidos à parte para acompanhar o novo console. Um deles é o Pulse 3D, um headset sem fio que é uma clara evolução do Série Ouro, do PS4, e traz até 12 horas de bateria, adaptação para o áudio 3D do PS5, dois microfones integrados e mais. Mas será que vale a pena investir R$ 599 nele? Você confere neste review.
O headset da Sony é compatível com o PlayStation 5, PlayStation 4, PC e Mac via dongle USB e cabo de 3,5 mm (incluso na caixa do produto). No entanto, também é possível usá-lo no Xbox One, Series X/S, Nintendo Switch, smartphones e tablets via cabo.
Análise do headset Pulse 3D em vídeo
Aviso de Ética
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Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O Pulse 3D foi fornecido pela Sony por doação. O produto será usado em conteúdos futuros e não será devolvido à empresa.
Design e conforto
A primeira coisa que se nota ao pôr os olhos no Pulse 3D é que seu design é claramente inspirado no próprio PS5. Nas cores branco e preto, o headset tem um ar futurista e contornos mais sinuosos sobre as cochas auriculares. A textura da haste é lisa, na parte branca, e levemente porosa na parte oposta – que é preta.
Vale mencionar que tirando as almofadas auriculares e os drivers, todo o restante da sua estrutura é feita de plástico e borracha – o que torna o acessório até bem leve para um headset wireless. O Pulse 3D pesa 292 g.
Em princípio, toda essa estrutura em plástico pode passar um ar de fragilidade, e eu também pensei assim no início, mas o headset é bem flexível e acredito que se você for cuidadoso e não deixá-lo cair não terá problemas com arranhões ou mesmo com partes trincadas ou quebradas.
Ainda sobre a flexibilidade, apesar de um pouco mais limitado em relação ao Série Ouro, você também pode esticar bem a haste do Pulse 3D, aumentando sua abertura, e ainda torcê-lo para os lados. É claro que não é para ficar fazendo isso o tempo todo, mas dá uma boa ideia de que o acessório tem um bom caimento até para cabeças maiores.
Inclusive, nota-se dois vãos laterais, entre a cabeça e a haste, o que pode indicar que a Sony também colocou na conta do Pulse 3D o uso combinado com o PlayStation VR, o óculos de realidade virtual da fabricante. Eu não tenho um PS VR para testar, mas acredito que dê para usar ambos sem problemas.
As próprias conchas auriculares não são 100% fixas no lugar e podem ser movidas levemente para os lados. Isso também ajuda a ajustar o fone melhor. Falando nisso, entre a haste e a sua cabeça há uma faixa de borracha, na cor preta, que apesar de maleável é bem resistente o que me deu a impressão inicial de ser desconfortável ao usar.
É mais perceptível a leve e constante pressão que as conchas auriculares fazem nas orelhas do que essa faixa de borracha sobre a cabeça. Eu tenho muito cabelo e talvez isso ajude a reduzir o atrito que essa borracha pode fazer num contato direto com a cabeça, por exemplo. O ajuste de altura do headset é feito nesta mesma faixa de borracha, que se move para cima e para baixo.
Passando agora para as almofadas auriculares, sua estrutura é composta por espumas de memória (que se ajustam às orelhas) e revestidas em couro sintético. Agora vem a “pegadinha”: ao olhar uma foto do Pulse 3D, você acredita que as espumas são até bem espessas, mas na verdade elas são metade do que é mostrado.
Ao pressioná-las e observando a parte de trás (onde ficam os botões) nota-se que o couro sintético cobre parte do plástico interno do auricular, o que dá a impressão de que tudo é a espuma.
Mesmo assim, elas não deixam de oferecer um certo conforto. Há headsets mais confortáveis de se usar, sem fazer pressão na cabeça em longos períodos, mas a própria área interna das conchas (com uma parte mais funda do que a outra) ajuda a acomodar melhor as orelhas dentro do acessório, que também não esquenta. Acredito que esse design também tenha sido escolhido para potencializar o áudio em 3D.
Novamente, quem usa óculos e/ou tem brincos pode sentir um desconforto com o passar do tempo. Especialmente com os óculos que, por vezes, saem do lugar. Eu mesma ainda não encontrei uma posição ideal para acomodá-los juntamente com o headset. Como o Pulse 3D fica bem justo à cabeça (o que em parte é bom porque ele não vai cair por qualquer coisa), óculos e brincos podem incomodar.
Controles e conectores
Sendo um headset sem fio, todos os controles estão alocados no próprio auricular. No caso do Pulse 3D, em específico, os botões estão na parte traseira da concha esquerda. Assim como geralmente acontece com um headset wireless que começou a usar, leva um tempo até você decorar o que cada botão faz (sem tirar o acessório da cabeça para ver). Ao menos o botão de volume é fácil de achar e ainda tem uma pequena bolinha para marcar onde se aumenta o som.
Os botões disponíveis no Pulse 3D são os seguintes:
- Chat/Game: ele tem a mesma estrutura alongada do botão de volume. Serve para dar mais ganho ou no áudio do jogo ou na voz;
- Monitor: possibilita ouvir a sua própria voz. Interessante para testar a qualidade do microfone;
- Volume: botão alongado que permite ajustar o áudio geral para mais ou para menos;
- Mute: liga ou desliga os microfones;
- Interruptor de alimentação: ou simplesmente o botão para ligar/desligar. Caso esqueça o headset ligado, mesmo tendo desligado o videogame e/ou computador, o Pulse 3D desliga sozinho após um tempo.
Também na concha esquerda estão os dois microfones embutidos, com tecnologia de cancelamento de ruídos (falarei mais deles adiante), um conector USB Tipo-C para carregar a bateria (o cabo vem incluso na caixa), um conector de entrada de áudio (para o cabo de 3,5 mm) e um indicador de status.
O Pulse 3D traz um dongle USB para conectar no PS4, PS5, PC ou Mac. É extremamente importante que você não o perca, pois é apenas com ele que conseguirá usar as funções dos botões do seu acessório. É só plugar o dongle na USB do computador ou console e ligar o headset que a sincronização é automática. Bem simples.
Inclusive, se estiver (por exemplo) usando o Pulse 3D no PC e quiser começar a jogar no PS5, não é necessário desligar o headset para plugar o dongle no console e ligá-lo novamente. Basta tirá-lo do computador e plugar no PS5 já ligado. Após uma pequena pausa, o headset volta a sincronizar automaticamente e já estará pronto para ser usado.
O cabo de áudio (3,5 mm) mede 1,2 m de comprimento e é uma adição muito bem-vinda na caixa do produto. Caso a bateria do headset (que dura até 12 horas, dependendo do uso) acabe e você não queira parar de jogar e esperar cerca de 03h30 para recarregá-la novamente, basta conectar esse cabo direto no controle do PS4/PS5.
O inconveniente disso é que, ao usar o cabo de áudio, você desliga todas as funções dos botões do Pulse 3D e passa a usar um fone “comum”. Este cabo, no entanto, poderia ser ao menos revestido em nylon trançado, mas é apenas emborrachado.
Bateria e alcance
A capacidade da bateria do Pulse 3D é de 1.000 mAh, outro ponto positivo em relação ao Série Ouro e sua bateria de 570 mAh. Como dito antes, isso representa até 12 horas de jogo. Esse total pode variar de acordo com o nível da bateria ao começar a usar o acessório, volume e até mesmo a temperatura ambiente.
É possível manter o headset carregando enquanto usa o dongle USB, mas é um pouco desconfortável, pois você perde justamente a mobilidade que o wireless proporciona. Usar o cabo de 3,5 mm enquanto carrega a bateria é pior ainda, pois além da limitação da mobilidade há alguma interferência no som também. É melhor deixar ele carregar primeiro.
Ainda sobre bateria, o Pulse 3D te avisa quando estiver quase descarregado. Você ouvirá alguns bips e o indicador de status mudará a cor de branco (quando ligado e com boa quantidade de bateria) para laranja.
O alcance máximo do wireless é de 10 metros, mas isso também pode variar de acordo com alguns fatores como: obstáculos entre o acessório e o adaptador sem fio, campos magnéticos de outros eletrônicos e etc.
Som e microfone
Do ponto de vista de um headset pensado na experiência do PS5, o Pulse 3D cumpre o que se propõe a fazer. Testando o acessório em games como Spider-Man: Miles Morales, Astro’s Playroom, Demon’s Souls e Sackboy: Uma Grande Aventura a sensação do áudio do palco sonoro proporcionado por ele permite mesmo identificar diferentes elementos em várias direções.
Os baixos não são tão marcados (você não vai ter aquela sensação de vibração nas orelhas), mas acredito que isso não deva comprometer a experiência de jogo. Para mim, fluiu de forma satisfatória. O som, de uma forma geral, é liso e sem ruídos.
Mesmo fora da “zona de conforto” da qual ele foi projetado, o áudio do Pulse 3D em outras plataformas, como PC, Mac e até no PS4 é bem decente. Testei também no Xbox Series S e obtive uma qualidade semelhante à experiência no PS5.
Em relação aos microfones do Pulse 3D, finalmente dá para notar que a qualidade melhorou em relação ao Série Gold. Ainda não é o melhor dos mundos, mas ao menos a sensação de estar falando com um balde na cabeça passou.
A tecnologia embutida para cancelamento de ruídos tem um bom desempenho também. Não chega a cancelar todo o ruído a volta, mas filtra o suficiente para que se possa ter um bate-papo nítido e audível.
Se o seu smartphone tiver entrada 3,5 mm é possível usar o Pulse 3D, via cabo, para escutar música também. O headset não é a melhor opção para esta tarefa, especialmente se você for do tipo audiófilo, mas é uma alternativa bônus de uso – caso esteja em busca de um fone multiuso.
Pulse 3D: vale a pena?
O headset wireless Pulse 3D foi claramente projetado para ser uma boa companhia para o PlayStation 5. Adaptado para áudio em 3D, o acessório aproveita bem o que a tecnologia Tempest 3D AudioTech do PlayStation 5 oferece em relação ao som espacial. Os microfones embutidos trazem um sistema de cancelamento de ruídos satisfatório e a captação do áudio melhorou.
O Pulse 3D é leve, se ajusta facilmente à cabeça e tem design simples, mas elegante e combina com as curvas sinuosas do PS5. Apesar de fazer um pouco de pressão na cabeça, após algumas horas de uso, não chega a ser totalmente desconfortável e as conchas auriculares não esquentam demais as orelhas.
A versatilidade de uso aumentou um pouco mais, especialmente com a possibilidade de conectar o headset em outros aparelhos, por meio do próprio dongle USB ou pelo cabo de áudio. Isso é um ponto muito positivo, já que várias pessoas buscam fones para usos variados, até para economizar.
Com o preço sugerido pela Sony de R$ 599, o Pulse 3D entrega o que ele se propõe a fazer e vale a pena investir nele se quiser focar num acessório para áudio que se integra muito bem ao PS5. Há outros headsets gamers, nessa faixa de preço, que podem ser tão bons ou até melhores. No final das contas vai mesmo da sua preferência pessoal.
Pulse 3D: especificações técnicas
Especificações | Pulse 3D |
Potência de entrada | Headset sem fio: 5 V 650 mA |
Tipo de bateria | Bateria de íon-lítio recarregável integrada |
Tensão da bateria | 3,65 V |
Capacidade da bateria | 1.000 mAh |
Temperatura ambiente de operação | 5 °C a 35 °C |
Dimensões | (L x A x P) Headset sem fio: 213 x 190 x 91 mm | Adaptador sem fio: 48 x 18 x 8 mm |
Peso | Headset sem fio: 292 g | Adaptador sem fio: 6 g |
Sistema de comunicação | Radiofrequência de 2,4 GHz |
Alcance máximo de comunicação | Aproximadamente 10 m |
Tempo de uso com carga completa | Até 12 horas com nível médio de volume |
Conteúdo da caixa | Headset sem fio (1); adaptador sem fio (1); cabo de áudio de 1,2 m (1); cabo USB de 1,5 m (1); guia de início rápido (1); guia de segurança e suporte (1) |
Preço sugerido | R$ 599 |
Headset Pulse 3D
Prós
- Microfone continua embutido, mas o som está mais claro
- Boa integração com o áudio 3D do PS5
- Bateria tem boa duração
Contras
- As conchas fazem um pouco mais de pressão na cabeça e podem incomodar
- Usar óculos e headset ainda é um martírio
- Quem sabe já não seria o momento para testar um bluetooth