Em tempos de pandemia e isolamento social, sem eventos, está cada vez mais comum que a imprensa tenha contato com novos jogos de maneira remota, para relatar o que achou em prévias extensas. O mais curioso é que Scarlet Nexus, o jogo em questão desta pequena prévia, fala justamente de união e de laços, algos que não podemos praticar muito no momento.

Scarlet Nexus, da Bandai Namco, é um game que será lançado em 2021 para o Xbox Series X, PS5, PC, além de PS4 e Xbox One, em versões menos pomposas graficamente. Em meu primeiro contato com ele, durante a apresentação Xbox 20/20 Showcase, em maio, foi morna. Parecia ser um jogo genérico inspirado em animes. E até certo ponto ele talvez seja, mas não no sentido ruim da palavra.

A união faz a força em Scarlet Nexus

Como citei, Scarlet Nexus invoca o termo “kizuna”, do japonês, que significa algo como laço ou união. Um dos principais motes do jogo, pelo que pude conferir, está em ser parceiro de seus colegas de equipe e compartilhar as habilidades deles com seu personagem, Yuito Sumeragi.

Yuito e sua parceira Hanabi em Scarlet Nexus

Yuito, aliás, é um herói relutante. Ele é herdeiro de um império gigantesco, mas que não quer lidar com as responsabilidades políticas e prefere ser herói do povo, lutando contra os Others, monstros que erradicam os humanos, comendo seus cérebros com facilidade e de origem desconhecida.

Se o mote lhe pareceu familiar, é por conta de uma certa similaridade que o jogo guarda com outra série da própria Bandai Namco, God Eater, que por sua vez tem inspirações e raízes em Monster Hunter. Mas Scarlet Nexus não se limita a ser uma cópia, ele apenas pega elementos emprestados e parece fazer bom uso dessa mistura.

A jogabilidade é em terceira pessoa e o combate é de ação com elementos de RPG. É possível realizar combos, usar magias e ataques e, assim, evoluir seus personagens conforme avança na história de Yuito e seus aliados, entre eles a jovem Hanabi. Durante a apresentação exclusiva que assisti, apenas em vídeo, sem colocar a mão no controle, Scarlet Nexus parece ser um jogo fluído e com bastante opções na hora de bater nos monstros.

Experiências passadas

Quem apresentou o game durante a prévia foi a dupla Kenji Anabuki e Kouta Ochiai. Enquanto Ochiai parece ser um ilustre desconhecido, Anabuki é um diretor criativo que tem vasta experiência em jogos japoneses e não tem o currículo fraco. Pelo contrário.

Scarlet Nexus / Divulgação / Bandai Namco

Kenji Anabuki trabalhou em praticamente todos os jogos da série Tales of, da Bandai Namco, desde 2003 para cá, e também colaborou com títulos (sim, no plural) da série Super Smash Bros., da Nintendo, mas que teve ajuda da Bandai Namco.

Anabuki trabalhou justamente como designer de alguns destes jogos citados e trouxe sua visão e inspirações para dentro de Scarlet Nexus. É possível notar bastante de sua experiência no visual dos Others e no design dos cenários, vastos e destruídos.

O diferencial Nexus

Segundo os produtores, Scarlet Nexus é parte de um gênero novo chamado de “brainpunk”. Sim, a referência é o termo “cyberpunk”, que normalmente traz cenários distópicos em um futuro sombrio – mas normalmente bem iluminados, cheios de neon.

Isso por conta de fato de que o cérebro é parte importante do jogo e de sua jogabilidade. Seja por conta do cérebro ser o principal alimento dos Other, ou por conta dos jogadores que terão que utilizar suas mentes para bolar combinações de ataques eficazes contra as criaturas.

Scarlet Nexus / Divulgação / Bandai Namco

Neste mundo, as pessoas usam seus cérebros superdesenvolvidos para controlar seus poderes e isso é transmitido para o jogador, de certa forma, que tem um leque de habilidades em sua disposição. Ao mesmo tempo em que os cérebros de alguns personagens se conectam por meio da Psynet, uma espécie de Internet do futuro.

O diferencial de Scarlet Nexus acaba sendo um mundo bem construído e desenvolvido, que pode apresentar uma história surpreendente – ainda não sabemos as reviravoltas que o jogo trará. Em termos de jogabilidade ele tem algumas misturas interessantes, mas com elementos pouco comuns mesmo em jogos japoneses.

Só é uma pena que ele não seja totalmente exclusivo da nova geração de consoles, o que poderia render um visual ainda mais bonito.

Jogo de RPG / Divulgação / Bandai Namco

O produtor chegou a comentar que a versão de próxima geração rodará a 60 quadros por segundo e em resolução 4K, mas é bom esperar seu lançamento para saber como a parte gráfica vai ser melhor apresentada.

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