Onimusha: Warlords retorna em uma versão remasterizada para PS4, Xbox One, PC e Nintendo Switch. O game foi um dos mais elogiados da geração 128 bits e rapidamente se tornou uma das franquias mais icônicas da Capcom. Mas será que, em uma época em que os remakes estão cada vez mais frequentes, retornar com um jogo apenas com gráficos “melhorados” ainda vale a pena? Confira o review:
O retorno do clássico
É impossível fazer uma lista com os cinco games mais icônicos da geração 128 bits e não colocar a franquia Onimusha entre eles. O título bebia de uma mecânica que consagrou franquias como Resident Evil e Dino Crisis na geração anterior, com um tema que costuma agradar uma boa legião de jogadores: o misticismo da era do Japão Feudal.
No game, você assume o controle de Samanosuke Akechi, um guerreiro que precisa proteger seu povo da invasão de demônios. Para isso, ele utiliza suas habilidades que incluem poderes ocultos dos antigos Oni, onde é possível absorver o genma, uma espécie de energia presente em todos os seres vivos.
Com isso, você irá encarar as mais temíveis criaturas do outro mundo, desde inimigos convencionais, até alguns “chefões”. E, assim como em boa parte dos jogos do gênero, também será preciso resolver puzzles ao longo do game para conseguir itens extras ou até mesmo avançar na história.
Visual deixa a desejar
Primeiro é preciso lembrar que Onimusha: Warlords é um game que foi lançado originalmente em 2001, ou seja, cerca de 18 anos atrás. Sendo assim, é até passível de entendimento que boa parte do seu visual sofra com as limitações gráficas da sua época. Entretanto, fica a sensação de que algo melhor poderia ser feito.
Embora o meu primeiro contato com o jogo tenha gerado aquele impacto nostálgico, como uma viagem no tempo, me senti bem incomodado com o visual dessa remasterização. E, por mais que a intenção da Capcom fosse mesclar o antigo ao atual, ainda sim havia espaço para melhorias, como as cenas de animações que chegam a incomodar por tamanha falta de capricho.
Os elementos principais do jogo, como o protagonista, criaturas e itens espalhados, até ganharam um destaque maior com essa nova “roupagem” se destacando mais no cenário e até facilitando sua localização. Mas a parte externa foi praticamente intocada, o que incomoda principalmente nos momentos onde a câmera fica mais próxima da ação.
Também senti falta de um capricho maior com os diálogos. Eles sofrem do antigo problema de sincronismo labial com os personagens, algo que, com a tecnologia atual, poderia ser corrigido ou até mesmo reprogramado para que as conversas ficassem com um tempo mais assertivo.
Jogabilidade traz melhorias
Na minha opinião, o maior problema dos games de câmera fixa era justamente a movimentação do personagem. Desde o primeiro Resident Evil, me incomoda demais ter que se adaptar a mudanças de posicionamento de direção em um espaço tão curto de tempo. Parece que a Capcom atendeu minhas preces e trouxe uma melhoria significativa na jogabilidade de Onimusha: Warlords remasterizado.
Agora, não é preciso ficar o tempo todo com o direcional para cima para que o personagem se movimente para frente. De acordo com a passagem de tela, o controle se adapta às novas direções, o que torna tudo muito mais fácil. Capcom, minha coordenação motora lhe mandou um abraço!
Também senti o combate bem mais fluido do que na versão original. Está mais fácil defender e golpear seus oponentes, graças às mudanças na movimentação citadas acima, já que agora é mais fácil posicionar o personagem na direção do inimigo-alvo.
Conclusão
Onimusha: Warlords HD é uma deliciosa viagem no tempo para os jogadores mais antigo e órfãos de uma das franquias mais importantes da era 128 bits. Mesmo com gráficos que não soam tão remasterizados como deveriam ser, e animações de torcer o nariz, o game conseguiu trazer melhorias em sua jogabilidade e é uma excelente forma de amenizar a ansiedade de quem espera por um novo capítulo da série. Entretanto, dificilmente agradará os jogadores novatos que não tiveram o prazer de acompanhar a saga na sua era de ouro, e que agora precisam se readaptar à mecânicas ultrapassadas.