A Motorola lançou hoje uma versão totalmente renovada do seu velho Razr V3, desta vez com uma tela OLED plástico de 6,2″ que fica dobrada quando ele está fechado, além de uma pequena tela externa de 2,7″ que também é OLED. O smartphone tem espessura de 6,9 mm aberto ou 14 mm fechado. Neste post vou falar a minha opinião sincera sobre este novo aparelho com Android 9 Pie e seu design tão familiar.
A tela dobrável é o grande destaque do Razr V4 por dois motivos, o fato dela se fechar totalmente sem deixar espaço, e também ficar totalmente plana ao ser aberta, um feito que o seu concorrente Galaxy Fold não consegue atingir. Segundo a maioria dos hands-on que eu vi por aí, com a tela aberta, o Razr não mostra nenhum vinco na dobra, a única exceção foi o Ars Technica, que notou algumas ondulações.
Clique abaixo para ver o vídeo de apresentação do novo Razr.
O maior ponto negativo do aparelho me parece a grande protuberância na parte de baixo, que o torna bem esquisito ao ser aberto, mas vale destacar que esta área não é inútil, já que é ali que fica o leitor de digitais, que não caberia na parte mais fina do aparelho. Outro calcanhar de Aquiles do Razr versão 2019 é sua bateria de apenas 2510mAh, cuja duração não foi informada pela Motorola, mas deve ser bem sofrível.
Tá bom, não teria como encaixar uma bateria de maior capacidade neste design, mas foi por esse (e muitos outros motivos) que os smartphones evoluíram e eventualmente mudaram de formato. Pelo mesmo motivo de espessura, o aparelho não tem entrada de fones de ouvido, e vem com um adaptador USB-C na caixa.
A ideia de usar o velho design flip com uma tela dobrável de bom tamanho em seu interior pode fazer todo o sentido pra quem quer ter um smartphone com tela grande, mas que ao ser fechado, não ocupe muito espaço. Ainda quero testar o aparelho pessoalmente, mas definitivamente acredito que eu não seja o público alvo do novo aparelho, já que eu estou totalmente acostumado com smartphones grandes, e quero ter a tela disponível assim que tirar o smartphone do bolso, sem ter que abrir nada.
Mas você me pergunta, quais são os motivos para a Motorola (re)lançar o Razr agora, Nick? O principal é posicionar a marca no mercado de smartphones com telas dobráveis, só que com um caminho bem diferente dos concorrentes diretos, apostando no “quanto menor, melhor”. O outro motivo é tentar resgatar a aura premium de um produto exclusivo e caríssimo, algo que historicamente não é novidade nenhuma na linha Razr.
Segundo o Henrique do Ztop, o novo Motorola Razr será lançado em janeiro no Brasil, e já podemos prever que o seu preço será bem alto, já que ele deve custar US$ 1500 lá fora, um preço absurdo pra um aparelho equipado com processador Snapdragon 710 (e sua GPU Adreno 616), que mesmo com 6 GB de RAM, não chega perto dos chips mais recentes da Qualcomm.
O design chama a atenção, mas eu sinceramente não consigo achar esse smartphone tão bonito quanto vários amigos meus que cobrem tecnologia acharam, talvez pelo seu visual me transportar pra muito tempo atrás, ou quem sabe por este calombo estranho na base. Quando soube o seu preço e suas especificações então, o Razr V4 fez ainda menos sentido pra mim como produto.
Wowow check out this new razr’s retro mode!!! pic.twitter.com/7MdJXhHSFa
— Raymond Wong??? (@raywongy) 14 de novembro de 2019
A Motorola incluiu como um easter egg um modo retrô, no qual a tela simula as teclas do velho Razr. É algo bem simpático e divertido, mas pra mim, um dos maiores problemas do smartphone é justamente esse seu apelo nostálgico. É impossível não olhar pra ele sem pensar que estamos diante de um design de tantos anos atrás.
Se eu estivesse precisando comprar um smartphone agora, eu dificilmente optaria por um aparelho caríssimo que tem um visual meio datado, por mais que ele surpreenda com uma bela tela ao ser aberto. Se você discorda e quer saber mais sobre o novo Razr, é só visitar o site da Motorola.
As especificações completas podem ser conferidas no GSM Arena.