Internet é poder. Alguns países bloqueiam o acesso a determinados serviços, ou até mesmo à rede inteira, para censurar dissidentes. E países como EUA e China vêm travando uma longa guerra cibernética, um tentando atingir a infraestrutura do outro.
Desta vez, a Rússia decidiu criar uma infraestrutura de rede independente para os países BRICS — o que inclui o Brasil. Ela continuaria a funcionar caso a internet global sofra algum problema. O presidente Vladimir Putin quer que isso esteja pronto até 1º de agosto de 2018.
O Conselho de Segurança, principal órgão da Rússia para segurança nacional, deseja criar um sistema alternativo de DNS (servidores de nome de domínio) que não estaria sujeito ao controle de organizações internacionais. Ele seria usado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Basicamente, a Rússia diz que quer se proteger dos EUA. Dmitry Peskov, porta-voz de Putin, diz: “todos sabemos quem é o principal administrador da internet global. E devido à sua volatilidade, temos que pensar em como garantir nossa segurança nacional”.
O Conselho de Segurança disse em uma reunião recente que “a maior capacidade das nações ocidentais em realizar operações ofensivas no espaço cibernético, bem como a maior disposição em fazer isso, representam uma séria ameaça para a segurança da Rússia”.
Como lembra o Defense One, Rússia e China vêm fazendo pressão há anos para exercerem mais controle sobre a internet e o DNS, através da União Internacional de Telecomunicações da ONU (ITTU). No entanto, ambos os países têm um histórico preocupante de monitorar e censurar dissidentes — por exemplo, restringindo VPNs que permitem acesso a sites banidos.
Em 2014, os EUA anunciaram que estavam dispostos a ceder o controle da internet a um órgão internacional não-governamental. E em 2016, o ICANN — que regula a distribuição de endereços IP e domínios — enfim foi transferido para uma organização não-governamental com empresas, especialistas, estudiosos e também países.
Com informações: RT, Defense One.