Pokémon Ultra Sun e Ultra Moon são os novos – e últimos – jogos da série principal da Nintendo em seu portátil atual, o 3DS. Eles são, basicamente, versões repaginadas dos games anteriores, Sun e Moon, que foram originalmente lançados em 2016. Os fãs ganham uma nova chance de explorar Alola com outra ótica e ainda com criaturas inéditas para capturar. Será que esses títulos trazem uma despedida memorável da saga para o portátil? Leia nossa análise completa e descubra:
Pokémon Ultra Sun x Ultra Moon: veja as principais diferenças
De volta à Alola
Alola é o novo continente da série Pokémon, na verdade uma série de ilhas, que estreou realmente em Sun e Moon. Ele é inspirado pelas ilhas havaianas e traz toda uma sorte de novos Pokémon, bem temáticos com o clima ensolarado de praia, inclusive. É neste cenário que você encontra o personagem do jogador, que pode ser menino ou menina, como sempre na série, e que está se mudando com sua mãe para este novo local, vindo do território de Kanto.
Se você jogou Sun e Moon e a história pareceu familiar: ela é, de fato. Ultra Sun & Ultra Moon não são continuações dos anteriores – como ocorreu na transição de Black & White com Black & White 2, por exemplo –, mas sim releituras. Todo o enredo é o mesmo, apenas com uma adição aqui ou ali e pequenas melhorias na narrativa.
Novamente temos o personagem que se muda para Alola, conhece novos Pokémon e também o Professor Kukui, além de Lilly e outros personagens, como os Kahuna – líderes – das ilhas. Quem não jogou os originais pode pular direto para estes e se surpreender com uma nova forma de encarar a série. Quem já jogou, por outro lado, talvez não encontre tanta motivação para repetir a dose nestes títulos.
Acontece que, sim, Pokémon Ultra Sun e Ultra Moon possuem elementos inéditos, mas eles ficam mais concentrados na jogabilidade. Em termos de história os dois títulos são praticamente idênticos a Sun e Moon. Além disso, sabemos que a série não te deixa pular cenas, então você vai ter que encarar todos os diálogos e tutoriais de novo. Desta forma, o enredo repetido acaba se tornando um inimigo para os fãs mais tradicionais da saga. Até há algum trecho inédito de história, mas ele ocorre após mais de oito tediosas horas. Você, que já jogou tudo isso, acha que aguenta até lá? Nem nós.
Pokémon, sempre Pokémon
O objetivo em Ultra Sun e Ultra Moon, como sempre, é se tornar um grande mestre Pokémon, passar no desafio das ilhas e, claro, ao longo desse caminho, capturar o máximo possível de criaturas, para adicionar na Pokédex, uma espécie de catálogo dos monstrinhos. Nada disso mudou. A jogabilidade básica continua igual, com todos os comandos presentes que aprendemos a amar e as batalhas sempre divertidas.
O que mudou, de fato, está espalhado por alguns pontos menos críticos do jogo. Os menus foram organizados de forma mais clara e direta. Há uma nova opção para salvar o progresso mais rápido. O menu de batalha foi repaginado, com novas cores e mais espaçado para ser usado na tela sensível ao toque do aparelho, entre outras pequenas mudanças.
Os minigames presentes no jogo dão um tom bem diferenciado e único, mas são poucos e estão restritos a apenas alguns momentos do game, como dentro do Festival Plaza ou em alguns pontos onde é possível passear nas praias dos jogos, além dos Photo Clubs, para registrar fotografias bonitas dos seus Pokémon. Há batalhas inéditas contra o chamado Ultra Recon Squad, uma espécie de “Equipe Rocket futurista”, mas que vem de outra dimensão e também apresenta Pokémon inéditos. E por falar em “Rocket”, temos o retorno da clássica equipe com um novo formato – um dos poucos momentos emocionantes do jogo.
E por falar em outra dimensão, talvez a maior adição de Ultra Sun e Ultra Moon seja realmente este cenário dentro de um outro universo da série, permitindo explorar mais e capturar monstros nunca antes vistos. A história se mistura com a introdução do Ultra Recon Squad, mas não acrescenta tanto quanto os jogadores esperam – não pelo menos até umas boas horas de jogatina, e é possível se decepcionar antes disso ou nem chegar a ver esta parte inédita.
E o que mais? Só isso?
O maior inimigo de Pokémon Ultra Sun e Ultra Moon é seu preço. Ele é vendido como um jogo completo, pelo valor de um jogo completo, mas não vai valer o investimento para quem já aproveitou os anteriores e queria algo realmente novo, como ocorreu em Black e White 2, ou Platinum, ou Emerald. Os gráficos também são basicamente os mesmos, com apenas alguma melhoria nos cenários, mais vivos e coloridos, e nada além disso.
Eles podem e devem ser uma excelente porta de entrada para quem quer jogar Pokémon pela primeira vez, ou para quem está retornando à série, depois de muito tempo afastado – talvez desde a época do Game Boy. Mas, ainda assim, para os fãs mais “hardcore”, que jogaram todos, não tem tanto apelo quanto deveria. No final, Ultra Sun e Ultra Moon funcionariam melhor como um DLC de expansão, vendido para Sun e Moon por um preço mais barato e sem a obrigação de ter que comprar um jogo de novo ou recomeçar do zero.
Conclusão
Pokémon Ultra Sun e Ultra Moon trazem a despedida da série do Nintendo 3DS, mas este não é um “adeus” tão memorável como esperávamos. Os jogos apresentam adições importantes ao panteão da saga, ainda que nada seja 100% inédito. A história é basicamente a mesma de Sun e Moon, com apenas algumas mudanças que ocorrem após várias horas, e não há qualquer opção de pular para quem já jogou. Seu “preço cheio” joga contra, ainda mais para quem já aproveitou os anteriores. O que deveria vir como uma expansão por download vem como jogo completo, relançado do zero, sem muito apelo para os fãs que acompanham mais de perto. Ainda assim, são ótimos títulos de entrada para quem está chegando agora.
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