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Pelo jeito, smartphones que melhoram o aproveitamento do espaço frontal com as tais “telas infinitas” são a tendência do momento. Anunciado na semana passada, o OnePlus 5T é um topo de linha que tem praticamente o mesmo hardware do seu antecessor, o OnePlus 5. A grande diferença está na tela: no OnePlus 5T, o componente continua sendo AMOLED, mas tem 6 polegadas, resolução de 2160×1080 pixels e bordas fininhas.

 

Para que você possa comparar, saiba que o OnePlus 5 foi equipado com tela AMOLED de 5,5 polegadas e resolução de 1920×1080 pixels. Por dentro, ambos os modelos carregam um processador Snapdragon 835, GPU Adreno 540, 6 ou 8 GB de RAM, 64 ou 128 GB de espaço para armazenamento interno, bateria de 3.300 mAh, câmeras traseiras de 20 e 16 megapixels, além de câmera frontal também com 16 megapixels.

Como a nova tela se comporta? Será que a bateria aguenta a rotina diária? O OnePlus 5T traz algum avanço funcional? O reconhecimento facial, outra característica notável do modelo, trabalha bem? Os primeiros reviews internacionais já saíram e dão as respostas. Vamos descobrir o que alguns deles dizem.

A tela que o OnePlus 5 poderia ter tido

Uma vantagem um tanto óbvia de um espaço frontal bem aproveitado é que a tela fica maior, mas as dimensões gerais do aparelho pouco aumentam. No The Verge, Vlad Savov destaca justamente que a tela do OnePlus 5T continua sendo full HD, mas agora é mais generosa — a proporção é de 18:9 em vez de 16:9 — sem, no entanto, deixar o aparelho (mais) grandalhão.

OnePlus 5T e OnePlus 5. Foto: The Verge

OnePlus 5T e OnePlus 5. Foto: The Verge

Tanto Savov quanto Ron Amadeo, do Ars Technica, frisam que a resolução não é das mais altas, mas a densidade, de 401 ppi, é suficiente para o dia o dia. Algo acima de 500 ppi, como no Galaxy S8, só deve fazer diferença em aplicações muito específicas, como realidade virtual.

O nível de nitidez é satisfatório, a saturação das cores não é exagerada e o ajuste automático de brilho funciona bem. A experiência é melhorada com alguns adendos, como o modo de leitura (também presente no OnePlus 5), que deixa a tela preta e branca no melhor estilo Kindle.

Modo leitura. Foto: The Verge

Modo de leitura. Foto: The Verge

Ah, um detalhe que tudo o que é review faz questão de informar: a tela do OnePlus 5T não foi montada de ponta-cabeça, portanto, está livre daquele bizarro “efeito gelatina”. Soa mesmo como a tela que o OnePlus 5 poderia ter tido desde o início.

Câmeras condizentes com o preço

No Android Central, Andrew Martonik frisa que as câmeras do OnePlus 5T são os únicos componentes que correspondem aos preços mais baixos do modelo (na comparação com high-ends de marcas tradicionais). Elas não são ruins, mas, assim como no OnePlus 5, não impressionam.

Há dois sensores na traseira, como você já sabe. O principal é um Sony IMX398 de 16 megapixels, enquanto o secundário é um Sony IMX376K de 20 megapixels para luz baixa. Ambos possuem lentes com abertura f/1,7 (no OnePlus 5, o sensor secundário é f/2,6).

Registro feito com o OnePlus 5T. Foto: Android Central

Registro feito com o OnePlus 5T. Foto: Android Central

Para Martonik, as câmeras traseiras do OnePlus 5T fazem um trabalho apenas ok. Quando há boas condições de iluminação, a intensidade das cores é satisfatória e a focagem é rápida, no entanto, algumas áreas podem ficar excessivamente suavizadas no pós-processamento. O HDR pode ajudar em algumas situações, mas parece precisar de aperfeiçoamento.

Ryan Whitwam, do Android Police, tem opinião parecida sobre o HDR: para ele, alguns pontos de luz podem ficar estourados ao mesmo tempo em que faltam detalhes em áreas mais escuras. Whitwam também destaca que, em condições de baixa luminosidade, a câmera secundária específica para ambientes escuros realmente funciona, mas não entrega resultados incríveis. É apenas um jeito de deixar as imagens mais claras.

Registro feito com o OnePlus 5T em ambiente escuro. Foto: Android Police

Registro feito com o OnePlus 5T em ambiente escuro. Foto: Android Police

Como todo o trabalho de ajuste para fotos escuras é feito via software, o Ars Technica chega a questionar se um segundo sensor é mesmo necessário para isso: não seria mais fácil ter uma única câmera e deixar o software configurá-la para condições de baixa luminosidade?

Função extra para a câmera frontal: desbloquear o aparelho

A câmera frontal continua com 16 megapixels, mas melhorou muito no modo retrato. Essa é a opinião de Vlad Savov, no The Verge, que explica que a desfocagem de fundo é bem aplicada, fazendo um trabalho decente mesmo quando a iluminação é baixa. Mas Savov também alerta que os efeitos de embelezamento podem entregar resultados exagerados, razão pela qual você provavelmente irá querer desativá-los.

Mas o que mais chama atenção na câmera frontal é a sua função de reconhecimento facial para desbloqueio do aparelho. No Android Central, Martonik diz que o recurso é muito rápido e funciona bem na maioria das vezes. Em contrapartida, o reconhecimento trabalha com 100 pontos no mapeamento do rosto e, portanto, é bem menos seguro que o modo de identificação facial do iPhone X, por exemplo.

Câmera frontal do OnePlus 5T. Foto: Ars Technica

Câmera frontal do OnePlus 5T. Foto: Ars Technica

Por conta disso, Martonik recomenda não usar a função se você estiver viajando ou em uma região mais propícia para roubos. Nessas circunstâncias, o uso do sensor de impressões digitais é recomendado. Sim, o leitor está presente, mas a tela mais ampla do OnePlus 5T obrigou o componente a se mudar para a traseira do dispositivo.

O que mais?

Praticamente todos os reviews revelam certo desapontamento com o fato de OnePlus 5T vir com o Oxygen OS baseado no Android 7.1.1. Uma atualização para o Android 8.0 deverá ser disponibilizada no início de 2018, de qualquer modo. Além disso, o Oxygen OS continua sendo esperto e funcional, embora tenha uma ou outra coisa estranha: Amadeo, do Ars Technica, observa que os botões do sistema são muito pequenos e têm espaçamento incorreto.

Imagem: Ars Technica

Imagem: Ars Technica

Nenhum problema grave foi notado no desempenho geral — afinal, estamos falando de um smartphone com chip Snapdragon 835 e muita RAM. Mas havia preocupação com a bateria: a tela mais generosa não demanda mais energia? De modo geral, o OnePlus 5T também convenceu nesse quesito. A tela pode até exigir mais, mas o software realiza um bom trabalho de gerenciamento, fazendo a autonomia ser quase igual à do OnePlus 5.

Foto: Android Central

Foto: Android Central

No resumo da ópera, o OnePlus 5T oferece desempenho consistente, tem acabamento externo agradável (embora falte proteção contra água) e, principalmente, consegue proporcionar uma experiência mais interessante que a do seu antecessor graças à nova tela. Mas esse ganho de experiência não é grande ao ponto de ser imperdível: do ponto de vista técnico, quem tem um OnePlus 5 não precisa correr para o novo modelo.

Não estamos diante de um aparelho livre de imperfeições, mas as vantagens pesam mais na balança, especialmente quando levamos os preços em consideração: nos Estados Unidos, o OnePlus 5T de 64 GB custa US$ 499; a versão de 128 GB sai por US$ 559.

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