Assassin’s Creed Origins é o último lançamento da cultuada franquia da Ubisoft. Disponível para PS4, Xbox One e PC, o título se renova ao trazer um novo protagonista, sistema de combate reconstruído e um gigantesco mapa em mundo aberto ambientado no Egito Antigo. Confira as impressões do TechTudo:
Assassin’s Creed: Origins renova gráficos e jogabilidade na E3 2017
Chegou a hora da dança do ventre
Até mesmo o fã mais assíduo reconhece que Assassin’s Creed precisava respirar novos ares, talvez se reinventar. Foi justamente depois de Syndicate, situado na Revolução Industrial e lançado em 2015, que a Ubisoft resolveu colocar os assassinos na geladeira para ganhar tempo e retornar em grande estilo. Assassin’s Creed Origins vai direto ao ponto: é o retorno triunfal que todos nós esperávamos.
Origins é, de fato, um novo começo, pois conduz o jogador às origens da Irmandade dos Assassinos, no Egito Antigo, entre pirâmides e tumbas escondidas no deserto. O protagonista é Bayek de Siuá, um protetor de faraó e defensor do povo egípcio que se torna um matador ao presenciar a morte do filho.
Bayek é, sem dúvidas, um dos protagonistas mais interessantes de toda a série. Isso porque o personagem é obrigado a lidar com o seu passado cruel, que o transforma em um assassino impiedoso, atormentado e com sede de vingança. A história profunda e suas motivações estreitam de maneira singular a relação entre jogador e personagem.
Para explorar o deserto, Bayek conta com a ajuda de um camelo – que posteriormente pode ser substituído por um cavalo no estábulo – e sua águia Senu. Ao acioná-la, ele ganha uma visão panorâmica da área e, partir disso, consegue mapear o território inimigo por completo, além de pontos de interesse relevantes, como itens escondidos, atalhos, tumbas e missões extras.
A presença da ave é uma das maiores adições do jogo, o que garante uma dinâmica diferente, mais voltada à estratégia. O sistema de combate também foi completamente redesenhado para dar novo compasso às lutas. Em vez de apostar em animações temporizadas, a movimentação de Bayek é a mistura perfeita entre The Witcher e Dark Souls, com golpes que demandam posicionamento inteligente.
O ritmo do combate é como uma dança cadenciada em que esquiva e defesa são passos essenciais. Apesar de funcionar bem, o novo sistema de batalha requer adaptação e treino – muito treino -, especialmente para fãs mais antigos que estão adaptados à luta leve e acelerada dos títulos anteriores.
Egito modernizado
Embora seja um jogo de ação, Origins traz um sistema de loot herdado de RPGs atuais, algo semelhante ao que se vê em Destiny e The Division. Em vez de comprar equipamentos, Bayek passa a adquiri-los em missões e atividades pelo mundo. Armas e vestimentas têm níveis de raridade e poder, portanto é necessário trocá-las o tempo todo por opções melhores.
Há, também, um sistema robusto de progressão que oferece dezenas de habilidades desbloqueáveis ao herói. É claro que isso não é uma grande novidade na série, mas o nível de profundidade dos atributos é admirável, o que possibilita novas formas de jogar e agir diante dos inimigos.
O arco, por exemplo, que passou a ser um item indispensável, ganhou atenção especial e traz habilidades novas por meio da árvore de skills. Bayek deve caçar animais com o seu arco e flecha para obter matéria-prima no melhor estilo Far Cry. Você pode usar o material coletado para confeccionar bolsas maiores e acessórios que aumentam a defesa e ampliam a taxa de dano.
Diferentemente dos títulos anteriores, agora as missões exigem um nível recomendado para serem concluídas. Você até pode se arriscar em tarefas de nível alto, mas terá de lutar mais, visto que os inimigos causam dano elevado e absorvem investidas com facilidade. Por conta disso, é necessário retornar a pontos já visitados do mapa para resolver atividades avançadas.
Mesmo mantendo a essência, Origins é o game mais ambicioso e diversificado de toda a franquia. Sim, você ainda terá de realizar saltos de fé para desbloquear novas áreas no mapa, porém as missões apostam em variedade. Há, por exemplo, atividades que surgem o tempo todo e de modo aleatório, como missões de retaliação em que é preciso vingar a morte de outro jogador real.
Além disso, Bayek é capaz de explorar e escalar pirâmides, desertos, tumbas escondidas e oásis em cinco regiões colossais. Origins brinda os jogadores com o maior mapa já visto na série – e um dos maiores em jogos do gênero. Os cenários de Nilo, Cirenaica, Siuá, Guiza e Faium chegam a assustar por terem dimensões positivamente exageradas.
Beleza milenar
Assassin’s Creed Origins comprova que o tempo de produção prolongado só fez bem ao seu visual. O game dá um salto gráfico impressionante em comparação a Syndicate e o cuidado com os detalhes dos cenários é de deixar qualquer um maravilhado. Os trabalhos de iluminação e clima dinâmico também estão impecáveis, proporcionando cenas incrivelmente realistas.
Desenhos de faraós gravados nas paredes, monumentos conhecidos e figuras históricas dão o ar da graça e contribuem para imergir o jogador em um mundo paralelo no Antigo Egito. Para completar, ainda há momentos cinematográficos inesquecíveis, mesmo em atividades que não estão diretamente relacionadas à campanha.
Como era de se esperar, Origins é mais um game de mundo aberto a sofrer com problemas típicos da fórmula, como texturas que somem de uma hora para outra e personagens que percorrem áreas inacessíveis. Mesmo com deslizes técnicos – que certamente serão corrigidos por meio de atualizações -, esse é um dos títulos mais estáveis da série no período de lançamento.
Conclusão
Assassin’s Creed Origins consegue aperfeiçoar todos os conceitos que ficaram presos ao passado e mantém a base que caracteriza a série. A sensação é de estar jogando algo realmente novo, ambicioso e com alto valor de produção, como há muito tempo não se via nos jogos dos assassinos.
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