The Evil Within 2 marca o retorno de uma das sagas de terror que mais recebeu elogios na geração atual e passada. O jogo da Bethesda tem produção de Shinji Mikami, um dos diretores do Resident Evil original, e saiu para PS4, Xbox One e PC. Ele continua alguns dos fatos da primeira aventura, apresentando novas criaturas, horrores inéditos e muito mais sustos. Apesar de tudo, não há tanto destaque quanto na versão anterior, seja pela eventual “falta de novidades” ou em comparação a outros títulos do gênero. Leia nossa análise completa para saber mais a respeito:
Leia o review do primeiro The Evil Within
De volta ao STEM
The Evil Within 2 começa três anos após os fatos do anterior. Neste cenário temos Sebastian, o sobrevivente da aventura original, que agora é procurado pela agência Mobius para salvar sua filha. Mas algo está errado: Lily, a filha do policial, foi dada como morta há muitos anos graças a um incêndio em sua casa. O que terá ocorrido e o que a Mobius sabe, de fato, sobre o que aconteceu por lá?
Sebastian é confrontado pela verdade de que Lily ainda está viva e mantida pela agência misteriosa como a principal hospedeira do mundo gerado por STEM, Union. De acordo com os criadores, sua mente pura, infantil, era a única capaz de segurar o experimento, abrigando tantas almas quanto possível ao mesmo tempo. Ainda que contrariado, o policial é convencido a entrar novamente neste ambiente aterrador para salvar sua filha e também resgatar agentes perdidos da Mobius.
Desta forma, sem se preocupar muito em explicar os acontecimentos passados a jogadores novatos, The Evil Within 2 começa. Na verdade, o game parece ter sido criado exclusivamente para os fãs do primeiro, já que nem mesmo um pequeno resumo te deixa a par do que ocorreu antes. Contudo, com um mínimo de raciocínio lógico, você consegue entender a situação básica em que Sebastian se meteu: uma missão que não desejava e um retorno doloroso a uma realidade que estava já abandonada.
Isso por conta da simplicidade que a história de The Evil Within 2 é passada – simples até demais, diríamos. Sua introdução não dura mais do que cinco minutos antes de começarmos a, de fato, jogar e controlar Sebastian pelos cenários. O que importa de verdade na aventura, além de seu enredo, é a campanha repleta de novos sustos, monstros escabrosos e um ou outro sistema inédito, que faz valer a experiência
Jogabilidade sem muitas novidades
As inspirações de The Evil Within 2 continuam claras como a neve. Trata-se de um misto de Resident Evil com Silent Hill, trazendo ainda pitadas de alguns jogos de terror mais modernos. A jogabilidade, toda em terceira pessoa, reforça este tipo de comparação. Também pudera, com Shinji Mikami agora no cargo de produtor, ele pode ter tido uma maior liberdade para usar alguns de seus trabalhos passados – e isso não é algo ruim. Toda a combinação de jogabilidade com o clima de horror faz muito bem à aventura, ainda que traga pouca coisa inédita.
Há pontos positivos, como por exemplo o novo sistema de criação e melhoria de armas. Agora, em vez de simplesmente gastar pontos, você deve utilizar restos de itens encontrados ao longo do jogo para incrementar seu equipamento – ou criar armamento inédito. Só isso já traz toda uma nova dinâmica a The Evil Within 2, que acompanha ainda o clima de dificuldade comum de títulos de horror e mantém os elementos coletáveis escassos, como por exemplo munições.
É possível realizar criações em qualquer local do STEM, mas é muito melhor fazer isso em bancadas preparadas com tal objetivo. Assim, o game te dá o recado de que você precisa não apenas aprender a sobreviver, mas também segurar a vontade de sair criando a todo o momento, já que é preciso economizar materiais para usar no futuro, assim que encontrar um local mais adequado para isso.
Comumente ignorado por jogadores que não têm tanta paciência para ficar criando e testando possibilidades, o sistema de criação em The Evil Within 2 é diferente do que é visto em títulos que utilizam o mesmo recurso. As armas e equipamentos já estão no menu e mostram apenas pré-requisitos para serem ativados e desenvolvidos em tempo real. É uma boa maneira de simplificar e, ao mesmo tempo, tornar tudo mais interessante
Combates fracos
Interessante, porém, é uma palavra que passa longe de outro ponto importante na jogabilidade de The Evil Within 2: os combates. As lutas contra os chefões, em particular, não são tão boas e não exigem qualquer esforço extra do jogador a não ser “corra, atira, se esconda, repita”. Esqueça os quebra-cabeças para matar inimigos ameaçadores e apenas economize munição para a próxima grande batalha. Em se tratando de um game deste tipo, é desanimador que algo assim ocorra.
A mesma coisa se repete com inimigos comuns, que não têm o mesmo impacto do que foi visto no primeiro The Evil Within – ou até mesmo em outros games do mesmo gênero. Ainda que o combate não seja exatamente o foco deste tipo de experiência (e sim o horror e a sensação de perseguição sempre), devemos lembrar que ainda se trata de um videogame, e a diversão neste sentido também mora em lutar contra inimigos – geralmente – mais fortes do que você.
Já os sustos…
Por outro lado, The Evil Within 2 faz um bom serviço ao te assustar. O jogo está muito mais voltado para o horror do que o primeiro, que já era bem “tenso”, com cenas dignas de te fazer levantar da cadeira, dar um passeio dentro da própria casa e acender algumas luzes. Não estamos falando apenas sobre aparições de monstros: a montagem, o ambiente, a escuridão e os sons já fazem bem este trabalho, sem nem mesmo uma criatura aparecer antes.
Todo o mérito dos sustos de The Evil Within 2 está na sua ambientação acertada. Há muitos detalhes pelos cenários que apresentam esse clima de horror bem fluente. Um susto bem feito é um susto bem construído e a produção do game está ciente disso, graças ao clima que somos envolvidos a cada nova sala descoberta ou a cada novo cenário aberto na cidade de “Union”. Os gráficos em alto nível também te permitem ser ainda mais envolvido com esse tipo de trabalho.
O visual ajuda
Como citamos logo acima, o trabalho visual em The Evil Within 2 está muito acima do primeiro. Há um grande cuidado em todos os aspectos, principalmente nos personagens, que estão muito bonitos, mesmo no sentido atrativo da coisa. Isso também se reflete nas localidades, escuras na medida certa e trabalhando com cores de forma que monte o clima adequadamente.
O trabalho de dublagem em português faz com que o jogador possa se concentrar melhor nas cenas e ambientes de The Evil Within 2, já que não é preciso ler legendas ou se preocupar com outro idioma. A parte sonora está boa e a música casa perfeitamente com o que é preciso para ter o tom certo do horror que todo o jogo apresenta.
Conclusão
The Evil Within 2 é uma produção de alto nível, mas que não traz tantos elementos inéditos para a mesa, o que pode fazer com que ele não chame a atenção em um mercado cada vez mais competitivo. O título deixa claro que foi feito principalmente para quem aproveitou o primeiro e gostou da aventura original. Além disso, os combates não são tão inspirados quanto deveriam e podem desanimar quem aguardava algo mais épico ou desafiador. Os gráficos e trilha sonora compensam, contudo, e a incrível atmosfera de horror bem construída faz deste game um destaque do gênero.
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