A Crash Bandicoot N. Sane Trilogy é a compilação com os três primeiros jogos protagonizados pelo famoso marsupial. Publicada pela Activision e disponível para PS4, a trilogia traz gráficos redesenhados e gameplay clássico para agradar os fãs de longa data e conquistar uma nova geração de jogadores. Confira, no review a seguir, as impressões do TechTudo sobre o game.
Veja curiosidades e Polêmicas da Franquia Crash Bandicoot
Apesar de ser uma franquia produzida pela Naughty Dog, N. Sane Trilogy ficou nas mãos do estúdio Vicarious Visions, responsável por refazer toda a parte artística dos três jogos. A tarefa de manter intacta a identidade do mascote não foi fácil, afinal a empresa teve que projetar a remasterização sem ter acesso ao código-fonte original do PS1.
O resultado é surpreendente, e o título cumpre à risca o que prometeu desde que foi anunciado na conferência da Sony na E3 2016. Ele resgata o sentimento de nostalgia dos tempos áureos de PlayStation One, ao mesmo tempo em que consegue revigorar uma das marcas mais fortes dos videogames e um gênero pouco explorado hoje.
A prova de que o Crash Bandicoot N. Sane Trilogy está no caminho certo é o seu sucesso de vendas. Ele conseguiu “derrubar” jogos de peso e ficou entre os títulos mais vendidos da semana no Reino Unido – na frente de GTA 5 e Fifa 17, por exemplo.
Uma visita às origens do marsupial
A partir do menu inicial, é possível alternar entre os três clássicos de PS1: Crash Bandicoot, Crash Bandicoot: Cortex Strikes Back e Crash Bandicoot: Warped (o melhor, inclusive, ainda é o segundo). Se você gosta de caçar troféus, ainda há um incentivo adicional para revisitar as aventuras, já que são três troféus de platina em um único game – sendo um para cada jogo.
Além da parte visual ter sido completamente retrabalhada, o game faz bom uso da técnica de upscale ao 4K do console mais recente da Sony, o PS4 Pro, e oferece suporte ao recurso HDR, que também funciona no PS4 padrão. Graficamente falando, os três jogos parecem pertencer facilmente a atual geração graças aos cenários mais coloridos, efeitos sofisticados de iluminação e um número maior de detalhes nos ambientes.
Reimaginados sem a aparência poligonal pela qual são conhecidos, Crash, Coco Bandicoot e o vilão Dr. Neo Cortex parecem ter saído de uma animação de cinema, tamanha qualidade visual. Ainda que o design de alguns inimigos tenha ficado preso à estética do passado, a adaptação gráfica foi feita de forma exemplar.
Assim como o level design das fases foi mantido, a trilha sonora e interface também são fiéis ao material original. As músicas com clima tropical e o efeitos de áudio clássicos, como quando Crash quebra uma caixa e coleta uma fruta Wumpa, aquecem o coração de tanta nostalgia.
Mantendo a forma
Não se engane: nada mudou em relação à jogabilidade. A câmera, por exemplo, que intercala entre perspectiva lateral e profundidade 3D, é a mesma – inclusive com os mesmos problemas. Os movimentos de Crash são basicamente iguais aos de 20 anos atrás e não oferecem nenhuma mudança, assim como a física. Crash se afunda na lama e desliza pelo gelo exatamente como fez nos 90.
Para não dizer que não há nenhuma novidade relevante, o compilado permite se aventurar pelos estágios com ninguém menos que Coco Bandicoot, a irmã mais nova de Crash, que ganha destaque a partir de Cortex Strikes Back, o segundo episódio. Agora, a heroína pode participar de fases que até então exigiam o controle do protagonista.
É impressionante ver como as mecânicas de Crash envelheceram bem. A dificuldade aumenta naturalmente à medida que o jogador vai se familiarizando com os desafios e inimigos pelo caminho. Algumas fases são fáceis e levam poucos minutos para serem finalizadas, mas todas elas têm segredos e itens colecionáveis. O primeiro game, aliás, ainda permanece como o mais difícil da série.
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Um ponto relevante a ser considerado é que o gameplay, ao menos nos botões analógicos, não funciona tão bem. Por exigir precisão absoluta em certos obstáculos, os botões direcionais continuam sendo a melhor opção, especialmente se você pretende obter todas as caixas e cristais. Embora os pontos de salvamento estejam aprimorados, os carregamentos excessivos entre uma tela e outra podem frustrar depois de um tempo.
Conclusão
O Crash Bandicoot N. Sane Trilogy mostra aos fãs como uma verdadeira remasterização deve ser feita e proporciona uma incrível viagem no tempo. Com gráficos atualizados e em alta definição, a coleção consegue se manter fiel às obras originais e traz conteúdo de sobra em um único pacote. Esperamos que este seja, enfim, o retorno definitivo do mascote às plataformas atuais.
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