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O ritual já é clássico: o Google anuncia uma nova versão do Android e então todo mundo torce para ter o seu smartphone atualizado. Só que muitas vezes o update não vem. Nos aparelhos confirmados para a atualização, frequentemente ela só aparece depois de meses de espera. A consequência é a tal da fragmentação. Mas uma solução surge no horizonte: um programa que o Google batizou de Project Treble.

Às vezes temos a impressão de que determinado fabricante não atualiza o Android de seus smartphones por pura negligência ou simplesmente para forçar o usuário a trocar de aparelho. Isso pode mesmo ocorrer, mas o principal entrave é técnico: não dá para simplesmente colocar o Android 7.0 Nougat por cima do Android 6.0 Marshmallow, por exemplo.

Uma migração como essa tem pelo menos dois passos principais. O primeiro é de responsabilidade dos fabricantes dos chips que equipam os smartphones. Companhias como Qualcomm e MediaTek devem atualizar controladores e outros recursos para que os chips que já estão no mercado se tornem compatíveis com o novo sistema. É claro que essa atualização não é garantida para sempre: os Snapdragon 800 e 801, por exemplo, não funcionam com o Nougat.

O processo atual de atualização do Android

O processo atual de update do Android

Esse trabalho leva tempo, afinal, uma atualização mal executada pode comprometer o desempenho do smartphone ou abrir brechas de segurança. Mas a fase seguinte é tão ou mais complicada: o software é repassado aos fabricantes que devem então implementar a interface, ajustar apps, otimizar o desempenho e por aí vai.

Pode ainda haver uma terceira etapa, que envolve adição de aplicativos e certificação do update por operadoras de telefonia móvel.

Como o Android é uma plataforma bastante ampla, é difícil pensar em uma solução definitiva para a morosidade dessas etapas. Mas, com o Project Treble, o problema poderá ser sensivelmente amenizado: a ideia é modularizar a arquitetura do sistema para que os fabricantes de smartphones trabalhem em suas implementações ao mesmo tempo em que companhias como Qualcomm e MediaTek cuidam da parte delas.

É uma mudança complexa, tanto que o Google afirma que esta será a maior reestruturação de baixo nível que a arquitetura do Android enfrentará. Mas faz sentido: ao separar a implementação de cada fabricante das camadas mais internas da plataforma, as empresas ganham mais liberdade para trabalhar nas partes que lhe cabem.

Como é e como será

Como é e como será

O próprio Google compara a nova proposta com a Developer API do Android. Com ela, os desenvolvedores podem criar um único aplicativo para rodar em uma infinidade de aparelhos com as mais diferentes combinações de hardware. O Project Treble vem para fazer algo parecido: haverá uma estrutura padronizada de tal forma que os fabricantes de smartphones não precisarão modificar uma grande quantidade de código quando novas versões do Android forem lançadas.

Mas haverá uma desvantagem também: o Project Treble só funcionará com os atuais aparelhos Google Pixel e com os dispositivos lançados com o futuro Android O. Mesmo assim, não deixa de ser um movimento importante.

Mais detalhes sobre a iniciativa devem ser revelados na conferência para desenvolvedores Google I/O, que começa na quarta-feira (17).

Com informações: Ars Technica

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