Uma grande fusão está para acontecer nos Estados Unidos. A AT&T, operadora americana de telecomunicações que tem a maior receita do mundo, anunciou a compra da Time Warner, terceiro maior conglomerado do mundo do ramo de entretenimento para TV, por US$ 85,4 bilhões. Por sua vez, a AT&T recentemente comprou a DirecTV, que era a dona da Sky no Brasil. E tudo isso pode gerar uma confusão ainda maior.
O negócio pode comprometer toda a operação da Sky no Brasil. Isso porque a lei 12.485/2011 impede que uma controladora de telecomunicações também seja dona de uma produtora de conteúdo ou vice-versa, e vários canais pagos disponíveis no Brasil, como Warner Channel, Cartoon Network, Boomerang, HBO ou mesmo o Esporte Interativo fazem parte do conglomerado da Time Warner.
Com isso, restariam duas opções para a AT&T: se desfazer da operação da Sky ou se desfazer dos canais pagos da Time Warner no Brasil. E é bem provável que a Sky seja vendida mesmo, uma vez que a especulação da venda ocorre desde quando a AT&T anunciou a compra da DirecTV.
Atualmente, é difícil de pensar em qualquer tipo de fusão da Sky com outra empresa atuante no mercado de telecom brasileiro. Dados da Anatel de agosto apontam que o grupo Sky/AT&T tem 5,2 milhões de clientes, o que representa 28,16% do market share brasileiro.
A operadora que provavelmente teria mais interesse seria a Claro/NET, mas seria uma fusão que o Cade não permitiria: juntas, as operadoras somam 80,33% de todo o mercado de TV paga, o que geraria alta concentração de mercado. Como a Oi passa por recuperação judicial e está cheia de dívidas, restaria o grupo Telefônica, que atualmente possui apenas 9,32% desse mercado.
Também é necessário lembrar que o negócio entre AT&T e Time Warner não está 100% concretizado. Nos Estados Unidos, nem todo mundo está contente com a possível fusão. Donald Trump assumiu que impediria que a fusão acontecesse caso fosse eleito, enquanto os democratas de Hillary Clinton insinuam preocupações acerca do acordo. Se tudo der certo, quem vai comprar a Sky?