Estamos usando cada vez mais espaço para armazenar nossas informações pessoais. De acordo com o Gartner, o consumo médio de dados por residência era de 464 gigabytes em 2011 e chegará a 3,3 terabytes em 2016. Para guardar tantos arquivos, você tem algumas soluções: comprar um HD maior, montar um NAS ou confiar nos serviços de nuvem.

Aqui no Tecnoblog, nós gostamos mais da praticidade da terceira opção.

Com tantas alternativas e uma forte concorrência entre os serviços de armazenamento na nuvem para ver quem consegue oferecer mais por menos, fica até difícil escolher em qual empresa confiar nossos arquivos. Para ajudar na decisão, fizemos um comparativo com as sete principais opções do mercado: Google Drive, Dropbox, OneDrive, Mega, iCloud Drive, Box e Copy. No final, você confere uma tabela comparativa.

Google Drive

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O Google Drive é o serviço de armazenamento na nuvem que mais foi alvo de rumores em toda a história: desde que o pessoal de Mountain View lançou o Gmail, era comum os veículos divulgarem supostas informações sobre o disco virtual do Google. Ele finalmente chegou em abril de 2012 e integrou os aplicativos de produtividade do Google em um único lugar.

O primeiro grande serviço a começar a guerra de preços foi o Google Drive. Atualmente, por US$ 9,99 ao mês, ele fornece 1 TB de espaço. Na época em que a empresa anunciou a novidade, os concorrentes cobravam centenas de dólares por mês pela mesma quantidade de armazenamento ou nem ofereciam essa opção.

Recursos não faltam. Você pode criar documentos diretamente no Google Drive e editá-los de maneira colaborativa com qualquer usuário que também possua uma conta no Google. O ponto forte é a busca: como o Google faz reconhecimento de textos e objetos em todas as fotos, é quase impossível perder algum arquivo: pesquise por “Torre Eiffel” e ele retornará as fotos que você por ventura tenha tirado durante as férias em Paris.

O Google também aproveita a força de seus outros serviços para melhorar o Drive. Com a ajuda dos servidores do YouTube, praticamente todos os vídeos que você enviar para a sua conta estarão disponíveis para serem assistidos por streaming. Alguns concorrentes oferecem a mesma funcionalidade, mas normalmente suportam menos codecs.

  • Para quem é mais legal: usuários de Android que necessitam de bastante espaço; editam frequentemente documentos com colegas de trabalho e faculdade; e desejam acessar fotos e vídeos na nuvem.
  • Pode não ser interessante: se você usa Windows Phone ou Linux.
  • Espaço gratuito: 15 GB, compartilhados entre Google Drive, Gmail e Google Fotos.
  • Plano mais interessante: 1 TB (US$ 9,99 por mês).
  • Nível de popularidade entre os leitores: 100%.

Dropbox

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Velho conhecido, o Dropbox foi lançado em 2006 e rapidamente se popularizou graças ao sistema de indicação. O espaço de 2 GB fornecido nas contas gratuitas é modesto, mas é possível expandi-lo para 18 GB de forma vitalícia convidando amigos para participarem do serviço — sem contar as frequentes promoções e parcerias que o Dropbox faz para oferecer mais espaço aos usuários.

O Dropbox salva automaticamente todas as versões de um arquivo por 30 dias nas contas gratuitas ou por até 12 meses caso o usuário pague US$ 3,99 por mês. Isso é especialmente útil em pastas compartilhadas com muitas pessoas (ou se você é desastrado): caso seja feita alguma modificação errada, é possível restaurar uma versão anterior com dois cliques. Sim, isso já salvou a minha vida.

Os aplicativos móveis do Dropbox fazem backup automático de todas as fotos que você tirar com seu smartphone ou tablet, e os aplicativos para desktop também fazem um ótimo trabalho: enviam automaticamente todas as screenshots que você tirar (e fornecem um link público) e todas as fotos de um cartão de memória assim que você colocá-lo no computador.

Por trás do serviço, há um pequeno ecossistema de aplicativos que podem usar sua conta para ler e armazenar dados, como é o caso do gerenciador de senhas 1Password e o excelente aplicativo de fotos Carousel, do próprio Dropbox.

  • Para quem é mais legal: usuários de todos os sistemas operacionais, incluindo Linux, que desejam armazenar arquivos de qualquer tamanho; se beneficiam do ecossistema de aplicativos com suporte ao Dropbox; usam mais de um computador na mesma rede (LAN Sync); e procuram um serviço que simplesmente funcione.
  • Pode não ser interessante: se você precisa de espaço e não estiver disposto a fazer uma assinatura paga.
  • Espaço gratuito: 2 GB, sendo possível expandir o armazenamento com indicações e promoções.
  • Único plano disponível: 1 TB (US$ 9,99 por mês ou US$ 99,99 por ano).
  • Nível de popularidade entre os leitores: 92,9%.

OneDrive

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Longa história. A Microsoft testou em 2007 o Windows Live Folders, com 250 MB de espaço, que permitia compartilhar arquivos com qualquer pessoa na internet. Depois, ele passou a se chamar Windows Live SkyDrive e recebeu integração com o extinto Windows Live Mesh, que sincronizava arquivos entre computadores. Com a morte da marca Windows Live, o nome mudou para SkyDrive. A Microsoft enfrentou problemas com a operadora britânica BSkyB e foi obrigada a mudar o nome do serviço em 2014.

Neste exato minuto, o OneDrive ainda se chama OneDrive e possui bom custo-benefício quando o assunto é espaço. Ele pode ser adquirido junto com o Office 365, que inclui 1 TB de armazenamento, pacote completo do Office e 60 minutos de ligações por mês no Skype, custando a partir de R$ 21 mensais. A Microsoft chegou a oferecer espaço ilimitado para assinantes, mas voltou atrás.

Com o mantra “cloud-first, mobile-first” de Satya Nadella, o OneDrive possui bons aplicativos para todas as principais plataformas, incluindo OS X, Android e iOS. É possível fazer backup automático das fotos do smartphone e criar documentos do Word, Excel e PowerPoint. Em alguns pontos, os aplicativos do OneDrive e Office para as plataformas de terceiros são até melhores que os disponíveis para Windows e Windows Phone.

Os preços do OneDrive são atraentes para quem precisa de bastante espaço, uma vez que a mensalidade é cobrada em reais, enquanto os concorrentes sofrem diretamente com a variação cambial. No entanto, o serviço da Microsoft não possui recursos que são interessantes para alguns usuários, como a busca altamente eficiente do Google Drive e as múltiplas versões de arquivos, que no OneDrive funcionam apenas com documentos do Office.

  • Para quem é mais legal: usuários que desejam o máximo espaço possível com uma mensalidade baixa; e são usuários fieis dos produtos da Microsoft, incluindo Windows, Office e Skype.
  • Pode não ser interessante: se você depende constantemente da busca para encontrar seus dados; considera importante um recurso de histórico de versões de arquivos; ou deseja guardar arquivos muito grandes. O OneDrive é normalmente mais lento que as outras opções, portanto, é importante testar as velocidades de download e upload na sua conexão para verificar se elas te satisfazem.
  • Espaço gratuito: 5 GB.
  • Plano mais interessante: 1 TB, no Office 365 Personal (R$ 21 por mês ou R$ 209 por ano).
  • Nível de popularidade entre os leitores: 68,9%.

Mega

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Com sede na Nova Zelândia, o Mega é o sucessor do Megaupload, extinto serviço de hospedagem de Kim Dotcom conhecido por armazenar arquivos protegidos por direitos autorais, que teve seus servidores e dados confiscados em janeiro de 2012 pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O Mega é o serviço de armazenamento que oferece mais espaço para contas gratuitas: 50 GB.

O principal atrativo do Mega é a privacidade. Os dados são criptografados diretamente pelo computador do usuário antes de serem enviados aos servidores. Teoricamente, isso significa que não é possível acessar o conteúdo de um arquivo sem possuir uma chave determinada pelo usuário. Como nem o Mega possui a chave, não há como acessar o conteúdo de um arquivo na web ou recuperar uma senha perdida.

Uma das peculiaridades do Mega é o limite de tráfego. Embora você possa enviar quantos arquivos quiser até ocupar todo o espaço disponível na sua conta, há um limite de download de arquivos, que é dinâmico nas contas gratuitas e equivalente a 24 vezes o espaço total nos planos pagos.

Por causa da criptografia de ponta a ponta, o Mega é recomendado para guardar dados confidenciais, desde que você acredite no futuro do serviço, que caminha para o quarto ano de operação.

  • Para quem é mais legal: usuários que desejam bastante espaço sem pagar nenhuma mensalidade; e se preocupam com criptografia de dados de ponta a ponta.
  • Pode não ser interessante: se você tem medo do FBI confiscar os servidores do Mega e sumir com seus arquivos num piscar de olhos.
  • Espaço gratuito: 50 GB.
  • Plano mais interessante: 500 GB (9,99 euros por mês ou 99,99 euros por ano).
  • Nível de popularidade entre os leitores: 14,1%.

iCloud Drive

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O iCloud Drive é uma evolução do armazenamento do iCloud, que guardava dados de aplicativos para Mac e iOS. Com o lançamento do OS X Yosemite, o serviço passou a suportar todos os tipos de arquivos, mas ainda possui limitações em relação aos concorrentes. Não é possível obter um link público para compartilhar arquivos, nem enviar arquivos com mais de 20 MB por email.

Como o iCloud Drive vem de fábrica no OS X e está integrado nativamente no iOS, funcionando com uma série de aplicativos de terceiros, trata-se da solução mais prática para quem usa apenas gadgets da maçã. A Apple não tem a mesma filosofia da Microsoft: existe um cliente básico de sincronização para Windows, mas não é possível acessar os dados no Android ou Windows Phone, por exemplo.

Na web, você pode criar textos, planilhas e apresentações usando os aplicativos Pages, Numbers e Keynote. Também há o recurso de editar documentos colaborativamente em tempo real com qualquer usuário, por meio de um link público, bastando que a outra pessoa tenha um navegador compatível.

  • Para quem é mais legal: usuários fieis dos dispositivos da Apple que desejam guardar dados pessoais e de aplicativos em apenas um local.
  • Pode não ser interessante: se você possui algum smartphone, tablet ou computador que não seja da Apple; frequentemente precisa acessar arquivos em máquinas de terceiros; ou deseja compartilhar arquivos com outros usuários.
  • Espaço gratuito: 5 GB.
  • Plano mais interessante: 1 TB (US$ 9,99 por mês).
  • Nível de popularidade entre os leitores: 11,3%.

Box

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Criado em 2005, o Box é um dos serviços de armazenamento mais tradicionais e o mais antigo entre os listados aqui. Ele ainda tem muitos usuários domésticos, mas com o tempo mudou seu foco para o mercado corporativo e vários recursos básicos disponíveis livremente nos concorrentes são restritos a assinantes, como o backup automático de fotos e o versionamento de arquivos.

O Box oferece 10 GB de espaço nas contas gratuitas, mas é comum encontrar usuários que não pagam nada para ter 50 GB. Isso porque o Box fez parcerias com alguns fabricantes, oferecendo upgrade automático de armazenamento quando o usuário entra em sua conta com um aparelho elegível — uma dessas promoções, que já acabou, dava 50 GB a qualquer um que instalasse o aplicativo do Box para Android.

No entanto, o Box é um serviço que não possui características atraentes para usuários domésticos. Na conta gratuita, é possível enviar arquivos de no máximo 250 MB, um limite bastante restritivo. A única opção de plano pago não possui bom custo-benefício: por US$ 11,50, a empresa oferece apenas 100 GB de armazenamento, com um limite de 5 GB por arquivo.

  • Para quem é mais legal: por causa das grandes restrições, não há motivos para um usuário doméstico optar pelo Box como serviço de armazenamento na nuvem principal.
  • Espaço gratuito: 10 GB, sendo possível expandir o armazenamento com promoções.
  • Único plano disponível: 100 GB (US$ 11,50 por mês).
  • Nível de popularidade entre os leitores: 10,6%.

Copy

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O Copy é um serviço novo, lançado em 2013, que conquistou usuários rapidamente devido ao generoso sistema de indicações: é possível ganhar até 25 GB de espaço adicional, sendo 5 GB por indicação — motivo pelo qual alguns usuários inconvenientes do Copy fazem spam na internet para divulgar seus links de referência. O espaço gratuito é de 15 GB, ou 20 GB caso o cadastro seja feito com indicação.

Os principais recursos estão no Copy. É possível armazenar qualquer tipo de arquivo, compartilhá-lo com qualquer pessoa por meio de um link público e recuperar versões anteriores de documentos. Embora seja permitido pré-visualizar a maioria dos arquivos, o suporte a vídeos é limitado e depende do navegador que o usuário estiver usando — em nenhum é possível assistir a filmes em AVI.

A empresa por trás do Copy é a Barracuda Networks, que tem capital aberto, foi fundada em 2003 e presta serviços de segurança, como antispam, firewall e backup, para outras empresas.

  • Para quem é mais legal: usuários de todos os sistemas operacionais, incluindo Linux e Windows Phone, que desejam armazenar arquivos de qualquer tamanho; querem os principais recursos existentes nos concorrentes; e necessitam de bastante espaço sem pagar nenhuma mensalidade.
  • Pode não ser interessante: se você costuma assistir a vídeos por streaming; faz questão de uma interface web mais elaborada; ou trabalha com documentos, planilhas e apresentações na web.
  • Espaço gratuito: 15 GB, sendo possível expandir o armazenamento com indicações e promoções.
  • Plano mais interessante: 1 TB (US$ 9,99 por mês).
  • Nível de popularidade entre os leitores: 5,3%.

Tabela comparativa

Notas relevantes

  • Google Drive, Dropbox, OneDrive, Box e Copy possuem planos diferenciados para empresas, normalmente com preços mais atrativos para múltiplas contas. Como o nosso foco é o usuário doméstico, nenhuma oferta corporativa foi considerada.
  • Estudantes e professores universitários podem assinar o Office 365 University por quatro anos pagando R$ 259. Nesse pacote, o espaço de 1 TB no OneDrive custa R$ 5,40 por mês.
  • O plano mais interessante é escolhido com base no valor médio dos serviços de internet (10 dólares por mês).
  • O serviço que prefiro (e estou usando neste exato minuto para armazenar meus arquivos pessoais) é o Dropbox. No Tecnoblog, usamos o Google Drive para arquivos do trabalho.

O nível de popularidade é um índice relativo que leva em conta uma pesquisa feita no grupo do Tecnoblog no Facebook em novembro de 2014, com 891 votos. Com esse número é possível estimar quão prático será usar recursos exclusivos e quantos executivos serão queimados na fogueira por usuários violentos caso o serviço deixe de funcionar. Os próximos da lista são Amazon Cloud Drive (2,1%) e MediaFire (1,8%).

Publicado originalmente em 21 de novembro de 2014. Atualizado em 3 de novembro de 2015. Últimas modificações: alterações nos limites do OneDrive, novos preços do Box, upload automático de fotos no Google Drive; app do Dropbox para Windows Phone; app do Mega para Windows Phone; novos planos do Copy; regras de versionamento de arquivos no Copy.

Fonte