Desde 2009, quando o Google começou a testar seus carros autônomos pelas ruas da Califórnia, os veículos se envolveram em 15 acidentes. Todos, claro, por falha humana (e só recentemente houve feridos). Pelos testes realizados até agora, fica claro que os veículos não oferecem perigo ao passageiro. A questão é: seriam os carros autônomos do Google seguros demais?

Assim como os motoristas humanos estão (ou pelo menos deveriam estar) constantemente alertas a qualquer eventualidade no trânsito, os sensores dos veículos autônomos têm o mesmo papel durante todo o trajeto. Caso um ciclista decida entrar na frente do carro para fazer uma conversão, por exemplo, o carro precisa saber o momento de reduzir a velocidade e manter uma distância segura.

O problema é que eles podem ser até seguros demais. Em entrevista ao Wall Street Journal, Nathaniel Fairfield, diretor do projeto de carros autônomos do Google, confessou que os veículos são “cuidadosos demais” e que eles estão tentando fazer com que eles dirijam um pouco mais como os humanos. Não é como se fossem se “descuidar” durante o caminho, no entanto. O WSJ dá um exemplo de caso real:

O carro parou em um cruzamento em “T” com uma visão limitada da travessia. Ele esperou por 30 segundos, começou a fazer uma conversão à esquerda, mas parou no meio do cruzamento enquanto uma mulher do outro lado da rua andava à beira da calçada.

Então Fairfield comenta:

Acredito que naquela fração de segundo o carro estava dando permissão para uma pessoa possivelmente cruzar a rua. Com um melhor comportamento, ele não teria parado de repente.

Ou seja, em vez de entender que a mulher iria cruzar a rua, o carro poderia ter sido mais tolerante e seguido com seu trajeto. Como aponta o 9to5Google, os cruzamentos são um “problema” para os veículos autônomos do Google; alguns motoristas de Mountain View dizem que chega a ser irritante o nível de segurança dos carros, que fazem curvas largas demais para manter distância dos pedestres e brecam demais nas conversões.