Observar a natureza sempre foi uma boa maneira de encontrar inspiração para novas ideias. Essa regra, digamos assim, vale principalmente para a robótica. É o que prova este pequeno robô inspirado no gerrídeo ou, se você preferir o nome popular, inseto-jesus.
Não adianta procurar no Google sobre como se cria esse bicho. O inseto-jesus não transforma água em vinho. Esse “apelido” vem da sua capacidade de andar ou saltar sobre a água. É justamente isso que o robô-inseto faz.
O projeto foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Nacional de Seul e da Universidade de Harvard. O robô só é pouca coisa maior que um inseto de verdade: seu corpo tem 2 cm de largura e até 5 cm de envergadura.
Usando câmeras de alta velocidade, os pesquisadores descobriram não só como o inseto se mantém sobre a água, mas também como o bicho dá grandes saltos (outra característica notável dos gerrídeos) sem romper a superfície.
Não há muito segredo. As câmeras revelaram que o inseto-jesus pressiona a água para baixo apenas até certo ponto e na intensidade certa para não romper a tensão da superfície. Enquanto força a superfície para baixo, o inseto impulsiona o seu corpo para cima e volta as quatro patas traseiras para dentro para dar o salto.
Pois bem, os pesquisadores “só” tiveram que criar um robô capaz de imitar esses movimentos. Uma mola que se estende por todo o invento se desprende gradualmente, jogando o corpo para cima e, ao mesmo tempo, fazendo as patas se movimentarem de forma a pressionar a superfície da água.
A parte mais complicada foi encontrar o nível de força máximo para não romper a superfície da água. Mas eles conseguiram. Agora, os pesquisadores trabalham para dotar o robô de capacidades mais sofisticadas, como conseguir se mover em qualquer direção sobre a água e, claro, realizar alguma tarefa — na atual fase, o projeto está mais para um mecanismo robótico do que para um robô em si.
Quais as aplicações de uma invenção dessas? Não é difícil imaginar: análise de rios, sistemas de vigilância, espionagem militar e por aí vai.
Com informações: BBC, The Verge