Recentemente, a chinesa ByteDance, dona do TikTok, propôs uma parceria com a Oracle para evitar que a rede social seja bloqueada nos Estados Unidos. A dúvida é: como essa parceria funcionaria? Há indícios de que o acordo resultará na criação de uma empresa ou entidade separada para cuidar do TikTok. À Oracle caberia uma participação minoritária.

Pelo menos é o que informa o Financial Times. De acordo com o veículo, a parceria deve tornar as operações do TikTok juridicamente distintas do atual controle do serviço pela ByteDance, mas, do ponto de vista técnico, não haveria mudanças substanciais nos algoritmos e aplicativos da plataforma.

Em outras palavras, nos bastidores, a ByteDance ainda teria controle majoritário sobre o serviço. A Oracle ganharia principalmente controle sobre os dados dos usuários americanos do TikTok.

Se confirmada, a parceria com a Oracle será seguida de outras medidas, que incluem montar uma sede para o serviço nos Estados Unidos e aumentar a contratação de funcionários em território americano — seriam 20 mil empregos.

Tudo isso representa um esforço para evitar que a rede social seja bloqueada ou sofra algum outro tipo de sanção por parte do governo dos Estados Unidos, que há tempos considera que o aplicativo funciona como mecanismo de espionagem chinês.

A compra das operações do TikTok nos Estados Unidos e alguns outros países parecia ser a solução mais viável para o conflito. Havia sinais fortes de que a Microsoft assumiria essas operações, mas as negociações falharam. No último domingo (13), a Microsoft reconheceu publicamente que a ByteDance recusou a sua proposta.

Oracle

Quase ao mesmo tempo, a Oracle apareceu na história. Inicialmente, parecia que a companhia também faria uma proposta de compra das operações do TikTok nos Estados Unidos, mas, na segunda-feira (14), surgiu a informação de que a participação da companhia no serviço viria na forma de parceria.

É possível que isso tenha ligação com as restrições impostas pelo governo da China para evitar transferência de tecnologias de inteligência artificial chinesa para outros países.

No caso do TikTok, essas restrições não impediriam a venda parcial do serviço, mas, provavelmente, obrigariam as operações americanas a terem algoritmos diferentes dos que são usados hoje na plataforma.

Tudo indica que os detalhes da proposta de criação de uma entidade separada para controle do TikTok já estão sendo finalizados e algo deve ser anunciado nos próximos dias. Essa é uma etapa que requer muitos cuidados, afinal, o negócio terá que ser aprovado pela administração Trump e, possivelmente, pelo governo da China.

Com informações: The Verge.

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