A Xiaomi Mi Band 2 é uma pulseira inteligente que promete ser perfeita para quem deseja perder peso ou espantar os riscos do sedentarismo à saúde. Compatível com celulares Android e iPhone (iOS), o acessório monitora dados como batimentos cardíacos, passos e distância percorrida pelo usuário ao longo do dia. Tudo isso a um preço inferior a produtos similares: a partir de US$ 23 (cerca de R$ 73, em conversão direta) via importação ou por R$ 140 em sites brasileiros.
Se as habilidades “fitness” não forem suficientes, a Mi Band 2 traz ainda funcionalidades como notificações de chamadas e aplicativos, desbloqueio de celulares sem senha e até despertador. No entanto, será que o acessório é ainda uma boa opção de compra mesmo não sendo vendido oficialmente no Brasil? Confira este review completo do TechTudo com os prós e contras da pulseira inteligente da Xiaomi.
App ou pulseira inteligente? Veja qual é melhor para levar para a academia
Design
Mesmo com as críticas positivas à primeira Mi Band, a Xiaomi se empenhou para melhorar e corrigir algumas falhas na construção da sua pulseira. A empresa ainda usa um material emborrachado e antialérgico, mas a fixação foi reforçada para evitar que o sensor fosse retirado pela parte externa do bracelete. Na última geração, essa falha fazia com que usuários perdessem o acessório durante atividades físicas mais intensas.
Por falar no sensor, um destaque da Mi Band 2 é uma pequena tela OLED que exibe informações como horas, progresso de atividades físicas, notificações e os batimentos cardíacos. A novidade permite que o usuário confira os dados da pulseira sem ter que recorrer a um smartphone, podendo utilizar tanto o botão capacitivo, como movimentos com o punho para navegar. Em nossos testes, foi possível enxergar tranquilamente o visor na maioria das condições de luz.
No dia a dia, a Xiaomi Mi Band 2 é bem confortável de usar. A pulseira padrão na cor preta é bastante discreta, tendo 23,5 cm de comprimento por 1,05 cm de largura, enquanto o sensor possui 1,57 cm de espessura. Quem gosta de personalizar o acessório pode encontrar braceletes com outras cores e materiais, como couro e metal, facilmente em lojas online.
Outro aspecto positivo na pulseira da Xiaomi é a certificação IP67 contra mergulhos de até um metro de profundidade por até 30 minutos. Ou seja, não é preciso tirar a Mi Band 2 em dias de chuva ou ao tomar banho, mas a fabricante não recomenda nadar com o dispositivo. Já o vidro que protege o visor frontal deve resistir a impactos leves, mas os usuários mais precavidos [e desastrados] podem comprar uma película para aumentar a resistência.
Usabilidade: o que a Mi Band 2 faz bem
Uma pulseira inteligente, ao entregar dados sobre os hábitos do usuário, pode ajudá-lo a se organizar melhor para atingir suas metas de atividades físicas. Esse é um dos benefícios da Xiaomi Mi Band 2. É como ter um técnico no seu pulso lembrando que, por mais cansado que se sinta, ainda não se movimentou o suficiente.
Ao configurar a Mi Band 2 pela primeira vez, o usuário pode indicar quais metas de caminhada diária e de peso pretende alcançar. Feito isso, é só vestir a pulseira e seguir com as suas atividades normalmente. Não é preciso sequer manter o Bluetooth do celular ligado, já que o acessório armazena informações por algum tempo e uma sincronização diária deve ser suficiente.
Para quem pratica exercícios mais pesados, a pulseira da Xiaomi oferece um acompanhamento em tempo real nos modos caminhada, corrida, ciclismo e esteira. Ao ativar o recurso, o app Mi Fit mostra na tela do celular dados como distância, passos por minuto e frequência cardíaca, inclusive com alertas quando a atividade está forte demais para o seu coração. Ao fim, é possível ler um relatório completo com todos os dados coletados.
No quesito precisão, é possível dizer que a Mi Band 2 se sai bem na contagem de passos. Em nossos testes no modo esteira, os dados mostrados na tela do celular ficaram em uma margem de diferença aceitável em relação ao que é mostrado no visor do equipamento da academia. A discordância, contudo, está longe de ser um problema exclusivo da Xiaomi: até o Apple Watch, que custa muito mais caro, vai apelar para a sincronização com aparelhos para amenizar isso.
A Mi Band 2 pode ainda registrar a noite de sono do usuário, exigindo que ele apenas vista a pulseira ao deitar. Ou seja, não é preciso apertar botões e nem dar comandos no celular. Na manhã seguinte, basta conferir no aplicativo Mi Fit um relatório completo com as horas dormidas e dados de qualidade, como tempo de descanso leve e pesado.
De acordo com a Xiaomi, a bateria de 70 mAh da Mi Band 2 deve durar cerca de 20 dias com um uso mais simples. Durante os nossos testes, a pulseira conseguiu resistir 17 dias sem pedir recarga, mesmo conectada o tempo todo ao Bluetooth e com um uso diário do monitoramento cardíaco durante exercícios e ao dormir. Para recarregar, basta conectá-la à porta USB do computador por um tempo que pode levar entre duas horas e meia e três horas.
O aplicativo Mi Fit e outras funcionalidades
Para configurar e sincronizar a pulseira, a Xiaomi disponibiliza o aplicativo Mi Fit em Português na Google Play Store e na App Store. Alvo de muitas reclamações no passado, o app recebeu uma atualização para versão 3.0 com funções e melhorias consideráveis na usabilidade. Durante os nossos testes, o pareamento da pulseira se mostrou bastante rápido e confiável.
Na tela principal do Mi Fit, o usuário confere as informações relativas às suas atividades físicas, frequência cardíaca e horas de sono, sempre com curiosidades para tornar a experiência mais divertida. É possível ainda comparar seus resutados com a base de clientes da empresa para saber como está se saindo. Além disso, há a possibilidade de adicionar amigos via QR Codes e de tirar fotos com filtros para compartilhar seus feitos no Instagram e em outras redes sociais.
Ainda no Mi Fit, há a opção de escolher aplicativos para exibir notificações na pulseira, bem como ativar o recurso para chamadas e mensagens. Trata-se de uma ótima função para não perder nada importante com o celular no silencioso. Já em telefones com Android 5.0 Lollipop ou superior, é possível usar a Mi Band 2 para desbloquear o smartphone sem a senha, usando a proximidade, o que tende a ser muito útil na ausência de um leitor de digitais.
No que a Mi Band 2 deixa a desejar
Embora o Mi Fit tenha melhorado bastante, o app da Xiaomi ainda é bastante fraco no quesito motivação. Os únicos desafios propostos ao usuário são atingir sua meta diária e repetir isso durante o máximo de dias possíveis. Nesse ponto, o Samsung Health é uma alternativa bem mais desafiadora, trazendo ainda competições globais e confronto direto entre amigos.
Outra falha grave está no reconhecimento de sono em horários não convencionais, já que o recurso funciona apenas em uma faixa que vai do fim da noite até o início da manhã. Ou seja, usuários que trabalham em horário noturno e dormem durante o dia, por exemplo, não terão a qualidade de sono monitorada. O mesmo acontece com sonecas e cochilos rápidos durante o dia, que também não são contabilizados para as horas de descanso total.
Por enquanto, o aplicativo Mi Fit é capaz de exportar seus dados apenas para o Google Fit, no Android, e para o Apple Saúde, no iOS. Trata-se de uma desvantagem para outras pulseiras econômicas, como a Misfit Flash, que pode se conectar também ao IFTTT e outros apps como o Spotify para realizar comandos básicos.
Caso o usuário esteja disposto a gastar um pouco mais, é possível encontrar aplicativos na Play Store que prometem melhor sincronização de notificações e reconhecimento do sono diurno, entre outras coisas. Embora alguns tenham boas classificações dos usuários, não pudemos testar nenhuma dessas ferramentas. Portanto, seja cuidadoso antes de fornecer as suas informações.
Conclusão
Estatísticas e informações são, sem dúvida, materiais preciosos para quem busca cumprir algum objetivo. É este o principal valor que a Xiaomi Mi Band 2 pode agregar à vida de quem está buscando perder peso ou ser mais saudável. Afinal, ao conhecer melhor a sua rotina, o usuário pode aumentar o seu empenho para se movimentar mais e superar as suas próprias marcas.
De forma geral, a pulseira faz tudo o que se espera dela: conta passos com uma boa precisão, monitora atividades físicas mais intensas e tem vida útil de bateria bastante satisfatória. Sem contar as diversas outras vantagens como o sensor de batimentos cardíacos, integração com smartphones e o visor OLED. Quanto ao principal problema dela, a ausência de um monitoramento do sono 24 horas por dia, é possível esperar que uma atualização corrija isso.
Enfim, seja para quem pretende só experimentar uma pulseira inteligente ou para quem deseja pegar pesado nas atividades físicas, a Mi Band 2 apresenta um custo-benefício imbatível. Mesmo após um ano de lançamento, o acessório da Xiaomi ainda chama a atenção com seu preço que varia entre R$ 73 e R$ 140, enquanto outros produtos como o Gear Fit 2 e o Apple Watch custam R$ 999 e R$ 2.199, respectivamente.
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Xiaomi Mi Band 2 | |
Preço | A partir de US$ 23 (R$ 73) |
Compatibilidade | Android e iOS |
Idioma | Português |
Tela | OLED – 0,42 polegada |
Funções | Alarme, relógio digital, notificações, medição de batimentos cardíacos, pedômetro, monitoramento de sono, cálculo de queima de calorias |
Conectividade | Bluetooth 4.0 |
Bateria | 70 mAh |
Proteção contra água | IP67 |
Dimensões | 22,50 x 1,57 x 1,05 cm |
Peso | 17 g |
Cor da pulseira | Preta |