O Nubank divulgou seu resultado financeiro do primeiro semestre de 2020: a fintech duplicou a base de clientes em relação ao mesmo período do ano passado; além disso, ela teve o dobro de receita. A empresa registrou prejuízo de R$ 95 milhões, queda de 32%, mas garante que isso é uma escolha.

De janeiro a junho de 2020, a receita de intermediação financeira chegou a R$ 2,079 bilhões, crescimento de 104% em um ano. Enquanto isso, a base de clientes passou de 11 milhões para 26 milhões no mesmo período; isso significa que a fintech adicionou uma média de 41 mil novos usuários por dia.

O saldo de depósitos no primeiro semestre, já considerando as retiradas, foi de R$ 17,3 bilhões — isso pode ter sido puxado pelas transferências do auxílio emergencial de R$ 600 vindos da Caixa. A entrada de dinheiro fez o Nubank encerrar o semestre com mais de R$ 19,9 bilhões em caixa, um valor recorde em sua história.

“As receitas operacionais continuam aumentando em um ritmo mais acelerado que as despesas e a nossa geração de caixa operacional se mantém sólida”, explica Marcelo Kopel, diretor financeiro (CFO) do Nubank, em comunicado. “Isso permite que a gente continue com nossa estratégia de crescimento.”

Nubank: prejuízo de R$ 95 milhões “é uma decisão”

Apesar desses destaques, o Nubank ainda sofreu prejuízo líquido de R$ 95 milhões no semestre. Isso é 32% melhor que no mesmo período de 2019, mas ainda não é lucro.

Segundo Kopel, “o prejuízo é uma decisão e por isso esperado como parte da estratégia de crescimento no momento; escolhemos investir na empresa, nas pessoas e no desenvolvimento de novas tecnologias… este modelo é bastante conhecido e usado por empresas de tecnologia”.

Devido à pandemia da COVID-19, o Nubank aumentou em 16% a provisão para créditos de liquidação duvidosa (isto é, contra calotes). No entanto, a taxa de inadimplência no período ficou menor que no restante do mercado: foram 5,8% na fintech contra a média de 7,5% calculada pelo Banco Central.

Até o final de junho, o Nubank tinha 2.720 funcionários. A empresa seguiu contratando nos últimos meses e até atraiu talentos de outros bancos: Kopel, por exemplo, era diretor executivo de cartões e financiamentos do Itaú Unibanco.

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