O Galaxy S8 e o recém-anunciado Galaxy Note 8 são dois dos smartphones mais requintados do momento. Mas, todo mundo sabe que os celulares intermediários é que mandam no mercado, pelo menos no Brasil. É por isso que eu topei a tarefa de testar por alguns dias o também novo Galaxy J5 Pro.

Esse modelo foi lançado no país no início de agosto e vem para disputar espaço no segmento de aparelhos que custam até R$ 1.300. Para tanto, o Galaxy J5 Pro oferece recursos como tela Super AMOLED de 5,2 polegadas, processador Exynos 7870 e 32 GB de espaço para dados. Com esse conjunto, como será que o dispositivo se comporta no dia a dia? Eu conto tudo a partir de agora.

Em vídeo

Design

Pelo jeito, foi-se o tempo em que a linha Galaxy J tinha acabamento externo de plástico ou com imitação de metal para baratear os custos. O Galaxy J5 Pro vem com corpo todo de metal, característica que, além de transmitir sensação de robustez, traz um ar de renovação para a linha.

A Samsung finalmente mudou a moldura que envolve a câmera; agora ela não é mais um “calombinho”

A traseira também recobre as laterais. A curvatura existente sobre elas deixa o aparelho ainda mais bonito. As linhas que vemos nas partes superior e inferior estão ali por causas das antenas, mas foram desenhadas de um jeito que afeta pouco ou nada a estética do dispositivo.

Por não ter tela grande, o Galaxy J5 Pro acaba não sendo um aparelho grandalhão. Ele se encaixa bem mesmo nas mãos mais pequenas. Porém, é necessário ter cuidado com a pegada: a traseira de metal com curvas nas laterais é bonita, mas deixa o dispositivo um tanto escorregadio. Se você não gosta de usar capinha, talvez tenha que rever essa preferência caso queira comprar o J5 Pro.

Samsung Galaxy J5 Pro

Como a traseira não é removível, a Samsung colocou os slots na lateral esquerda. O menor acolhe um SIM card. No maior você pode colocar outro SIM card, além de um microSD de até 256 GB — nada de ser uma coisa ou outra (ufa). Ali também estão os controles de volume.

Samsung Galaxy J5 Pro

No lado direto está o botão liga / desliga e, perto da extremidade superior, a saída de áudio. Eu disse em outros reviews que não gosto dessa posição porque eu acabo bloqueando o alto-falante com o dedo ao segurar o aparelho na horizontal. Mas eu não tive esse problema aqui, talvez por conta da curvatura da lateral.

Sim, o J5 Pro tem entrada para fones de ouvido (meio desalinhada, mas tem)

Sim, o J5 Pro tem entrada para fones de ouvido (meio desalinhada, mas tem)

Tela

O Galaxy J5 Pro tem tela Super AMOLED de 5,2 polegadas, como você já sabe, e resolução de 1280×720 pixels. Pois é, uma tela com resolução full HD seria mais interessante, ainda mais se levarmos em conta que a concorrência já segue por esse caminho: o Moto G5 Plus, rival direto do modelo, tem display de 1920×1080 pixels.

A despeito desse detalhe, a tela não decepciona. As cores são vívidas, ângulos variados praticamente não afetam as tonalidades e o brilho máximo garante boa visualização mesmo sob sol forte.

Samsung Galaxy J5 Pro

Um detalhe que não pode passar despercebido: modelos anteriores da linha, como o Galaxy J5 Prime, não possuem sensor de luminosidade, mas o Galaxy J5 Pro tem (e funciona bem). Finalmente a Samsung deixou de economizar nesse quesito! O sensor não aumenta de maneira significativa os custos do aparelho, portanto, deixá-lo de fora não fazia sentido.

Software

O sistema operacional do Galaxy J5 Pro é o Android 7.0 Nougat, que finalmente está dando as caras na linha Galaxy J. Por conta dessa atualização, o dispositivo também vem com uma interface TouchWiz renovada. Não é nada muito gritante, mas as mudanças são bem-vindas: temos os ícones que podem ser encontrados no Galaxy S8, por exemplo, assim como menus de configuração mais organizados.

Samsung Galaxy J5 Pro

Como sempre, a Samsung colocou aqui alguns apps próprios, como o gravador de voz, o navegador Internet (ótima sacada esse nome, não?) e o Health, para monitoramento de atividades físicas. Há aplicativos de terceiros, mas sem excesso: os do Google, que são obrigatórios, os do Microsoft Office, o Opera Max e o Flipboard, basicamente.

Provavelmente, o maior destaque no software do Galaxy J5 Pro é o Dual Messenger, traduzido para Messenger Duplo no Brasil. Com o recurso, você pode rodar até duas instâncias de determinados apps de comunicação instantânea. Dá, por exemplo, para ter duas contas do WhatsApp no aparelho, uma para cada chip.

Para acessar o Dual Messenger, basta ir em Configurações / Recursos Avançados / Messenger Duplo

Para acessar o Dual Messenger, basta ir em Configurações / Recursos Avançados / Messenger Duplo

Apesar de o Dual Messenger estar presente, a Samsung preservou o modo Pasta Segura, que mantém arquivos ou aplicativos de forma separada e criptografada dentro do sistema. Também é possível usar essa função para rodar o WhatsApp (e afins) com dois números diferentes.

Câmeras

Provavelmente, a câmera traseira é o item menos empolgante do Galaxy J5 Pro. Com sensor de 13 megapixels e lente com abertura f/1,7, o componente entrega boas fotos. Mas só boas: o olhar mais atento vai perceber alguma perda de definição, principalmente nos pontos de alto contraste.

Samsung Galaxy J5 Pro

Eu tive impressão de que houve melhora em relação às gerações anteriores no que diz respeito aos níveis de ruído, principalmente em condições de iluminação reduzida. Também há menos saturação, o que contribui para deixar as imagens com aspecto mais realista. Em contrapartida, esse ajuste na saturação pode fazer determinadas fotos ficarem com aspecto ligeiramente desbotado.

Quando você visualiza a imagem no próprio J5 Pro, a vivacidade das cores da tela pode dar a impressão de que as tonalidades da foto são fortes. Mas, visualizando a mesma imagem em um monitor, você percebe que não é bem assim. Nessas horas, o modo HDR pode ajudar, mas talvez você irá preferir aplicar um filtro ou um efeito.

Foto registrada com o Galaxy J5 Pro

Com HDR

Com HDR

Foto registrada com o Galaxy J5 ProFoto registrada com o Galaxy J5 ProFoto registrada com o Galaxy J5 ProFoto registrada com o Galaxy J5 Pro

Foto registrada com o Galaxy J5 Pro

Com HDR

Foto registrada com o Galaxy J5 Pro

Foto registrada com o Galaxy J5 Pro

Com HDR

De noite ou em ambientes pouco iluminados, há um trabalho de pós-processamento que ajuda a diminuir o ruído, mas que também pode afetar a definição. Além disso, é muito fácil tirar fotos borradas porque o obturador fica mais lento, mesmo com o flash ativado. Por conta disso, não estranhe se você tiver que tentar duas ou três vezes para conseguir um registro convincente.

Foto registrada com o Galaxy J5 ProFoto registrada com o Galaxy J5 Pro

Por sua vez, a câmera frontal, também com 13 megapixels, mas abertura f/1,9, faz um bom trabalho. As selfies saem com boa coloração, o foco não é demorado e o pós-processamento não é exagerado.

Selfie registrada com o Galaxy J5 Pro

Desempenho e bateria

Processador octa-core Exynos 7870 de 1,6 GHz, GPU Mali-T830 MP2, 2 GB de RAM e 32 GB para armazenamento de dados (o mínimo para os padrões atuais, na minha opinião). Essa é a configuração básica do Galaxy J5 Pro. É um conjunto que se comportou bem em praticamente todas as atividades. Os aplicativos abriram sem demora e engasgos ocorreram em alguns apps (Google Maps e Instagram, por exemplo), mas foram pontuais e quase imperceptíveis.

O multitarefa não decepcionou, portanto, o fato de o aparelho ter 2 GB de RAM em vez de 3 GB não atrapalhou muito (mesmo assim, mais RAM certamente faria diferença). O desempenho com jogos exigentes foi consistente, mas, como não dá para fazer milagres, há ressalvas: Need For Speed No Limits rodou numa boa, mas Unkilled apresentou ligeira queda na taxa de frames nas cenas mais movimentadas. A dica é deixar as configurações gráficas no automático ou no médio.

Pontuação no AnTuTu 6.2.7, Geekbench 4.1.0 e 3DMark

Pontuação no AnTuTu 6.2.7, Geekbench 4.1.0 e 3DMark

A bateria tem 3.000 mAh e dá conta do recado. Como de hábito, executei as seguintes tarefas para testá-la: filme O Poderoso Chefão (2h57min) via Netflix e tela com brilho no máximo, meia hora de Unkilled, uma hora de streaming de áudio (via alto-falante externo), uma hora nas redes sociais e web (via Chrome) e uma chamada de 10 minutos.

Com essas tarefas e mais ou menos três horas de ociosidade, o Galaxy J5 Pro estava com 57% de carga à noite (de 100%). É um número bem bom. O tempo de recarga, de 10% para 100%, foi de aproximadamente 2h20min com o carregador que acompanha o aparelho.

Aproveitei o teste de bateria para avaliar o áudio e, olha, a saída externa é apenas ok. O volume máximo é bom, mas não é o mais alto que já encontrei em um smartphone. Em compensação, o som sai com clareza e sem distorções.

Mas a experiência fica melhor com uma boa caixa de som Bluetooth ou fones de ouvido. Fiz testes com um AKG K321 e gostei. Esses fones têm bom equilíbrio entre graves e agudos, e eu consegui aproveitar bem essa característica no J5 Pro.

Samsung Galaxy J5 Pro

Não parece, mas o clássico botão físico ali na frente também é um leitor de impressões digitais. O componente funciona bem. No começo, pensei que o sensor fosse lento, mas é coisa do software: o desbloqueio do aparelho tem um efeito progressivo de iluminação de tela que causa a impressão de atraso. Felizmente, não é nada que atrapalhe.

Conclusão

Não há nenhum recurso exclusivo ou notável no Galaxy J5 Pro. Mas o modelo convence porque se desvencilha, pelo menos um pouco, da sensação de “mais do que mesmo” que é tão frequente na linha Galaxy J.

A Samsung conseguiu isso fazendo aquilo que a gente espera de cada atualização: renovação de recursos em vez de uma simples releitura de um modelo anterior. Temos aqui um bom conjunto de hardware, software recente (lembrando que o aparelho foi lançando antes do Android 8.0 Oreo), leitor de digitais, sensor de luminosidade, bom acabamento externo, enfim, detalhes que não caracterizavam a linha em um passado recente.

Samsung Galaxy J5 Pro

É verdade que encontrarmos recursos que nos lembram que estamos diante de um smartphone intermediário, como a tela HD (em vez de full HD), os 2 GB de RAM (em vez de 3 GB) e a câmera traseira apenas ok. Só que o desempenho geral é equilibrado, a câmera frontal faz um bom trabalho (para a categoria) e a bateria não te deixa na mão (desde que você não exagere nas aplicações pesadas, é claro).

No fim das contas, a sensação é que a gente vê aqui um aparelho “pau pra toda obra”. É isso o que a gente espera de um smartphone intermediário, não? Não precisa ter desempenho excepcional, mas é importante apresentar performance decente.

Mas tem aquela velha “lei”, né? Não compre pelo preço oficial: o Galaxy J5 Pro foi lançado no Brasil na primeira semana de agosto custando R$ 1.299. O modelo agrada, mas não vale tudo isso. Já dá para encontrá-lo por valores entre R$ 1.000 e R$ 1.100, mas se você puder esperar um pouco mais, muito provavelmente conseguirá descontos maiores.

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Especificações técnicas

  • Bateria: 3.000 mAh;
  • Câmera: 13 megapixels na traseira e 13 megapixels na frente;
  • Conectividade: 3G, 4G, Wi-Fi 802.11ac, GPS, GLONASS, Bluetooth 4.1, USB 2.0, NFC;
  • Dimensões: 146,2 x 71,3 x 8 mm;
  • GPU: Mali-T830 MP2;
  • Memória externa: suporte a cartão microSD de até 256 GB;
  • Memória interna: 32 GB (24,4 GB livres);
  • Memória RAM: 2 GB;
  • Peso: 160 gramas;
  • Plataforma: Android 7.0 Nougat;
  • Processador: octa-core Exynos 7870 de 1,6 GHz (núcleos Cortex-A53);
  • Sensores: acelerômetro, proximidade, giroscópio, bússola, impressões digitais, luminosidade;
  • Tela: Super AMOLED de 5,2 polegadas com resolução de 1280×720 pixels.

Fonte