Yakuza já é uma das grandes marcas da SEGA para os videogames atuais e, hoje, a série já conta com mais de 10 anos de história. Para apresentar o título a uma nova geração, a produtora resolveu lançar um remake completo do primeiro jogo (desta vez apenas no PS4 no ocidente) contando novamente toda a história que fez a fama de Kazuma Kiryu. O bad boy japonês vive novamente sua primeira saga, mas agora com muito estilo e visual caprichado. Leia nossa análise completa e saiba mais:

Leia o review de Yakuza 0

Um crime que não cometeu

Grande clichê dos filmes de ação, Yakuza utiliza o recurso de “acusado por um crime que não cometeu” para dar vida a Kazuma e seus primeiros objetivos. Porém, faz isso de forma diferente e muito positiva. Temos no enredo a participação central de Akira Nishikiyama, melhor amigo do protagonista, que assassina seu chefe por questões de interesses na gangue Yakuza e na forma com que lidam com hierarquia. Querendo proteger o amigo, ele assume a culpa e passa 10 anos na prisão.

Yakuza Kiwami (Foto: Divulgação/SEGA)

Em vez de participarmos da aventura fugindo e tentando provar a inocência do personagem principal, ele mesmo se entrega e vai preso por um longo período – algo bem diferente do que estamos acostumados. A grande sacada vem após isso: Kazuma descobre que sua gangue e toda a hierarquia mudaram muito enquanto esteve fora. Pessoas queridas desapareceram e uma grande quantia em dinheiro foi roubada do grupo.

Isso nos leva a uma situação de guerra dentro da família mafiosa, e é aí que a história começa. O game utiliza apenas como fato inicial e introdutório a prisão de Kazuma pelo crime que ele, realmente, não cometeu, para a partir daí dar mais significado ao personagem e às suas motivações.

Yakuza Kiwami (Foto: Divulgação/SEGA)Yakuza Kiwami (Foto: Divulgação/SEGA)

É de admirar que um lançamento de 2006 tenha uma narrativa tão inesperada e até certo ponto inteligente. Nas ruas da cidade fictícia de Kamurocho isso só aumenta. A cada nova cena ou diálogo a situação se agrava e o protagonista vai percebendo o “plano maior” que a história oferece. Uma narrativa que só merece elogios e vale a pena acompanhar a cada segundo.

Novidades na versão Kiwami

Yakuza Kiwami traz algumas novidades, mas também elementos mais comuns para quem já jogou as versões anteriores – principalmente Yakuza 0, lançado no início de 2017. Primeiro de tudo, a jogabilidade de combate foi herdada de Yakuza 0, permitindo que Kazuma, por exemplo, alterne entre os estilos de luta em tempo real dentro dos combates entre Brawler, Rush, Beast e Dragon. Boa parte de comandos e novas movimentações no embate também estão presentes.

Yakuza Kiwami (Foto: Divulgação/SEGA)Yakuza Kiwami (Foto: Divulgação/SEGA)

Yakuza é uma série de ação em terceira pessoa com muita exploração e que lembra bastante GTA, mas com pontuais diferenças: a exploração das fases é limitada e não tão aberta. Além disso, ele é bem mais focado em narrativa e em missões paralelas e tudo isso está presente em Kiwami. Na verdade, por ser remake do primeiro game da saga, Kiwami apenas eleva a qualidade do que os fãs já conheciam nestes sentidos.

Em termos técnicos, esta versão de Yakuza traz mais taxas de quadro por segundo – melhorando a suavidade das cenas -, aumenta a resolução para TVs atuais, diminui o tempo de carregamento entre uma tela e outra e adiciona conteúdo na própria história para esclarecer pontos que possam ter ficado nebulosos em 2006.

Yakuza Kiwami (Foto: Divulgação/SEGA)Yakuza Kiwami (Foto: Divulgação/SEGA)

Só as melhorias técnicas já fazem valer o investimento mesmo que você tenha jogado bastante a primeira versão, já que há elementos nunca antes vistos na história. Porém, temos conteúdo novo que vai além do enredo e soma também novos minigames, atividades específicas que Kazuma pode participar e, claro, personagens nunca antes vistos.

Combate continua repetitivo

Apesar de todas as boas notícias, Yakuza Kiwami mantém também alguns problemas da versão original, como os combates um pouco repetitivos. Talvez a SEGA não tenha considerado isso um problema e por isso tenha mantido desta forma no remake, mas pode decepcionar alguns fãs que esperavam “algo a mais” para um jogo totalmente refeito.

Yakuza Kiwami (Foto: Divulgação/SEGA)Yakuza Kiwami (Foto: Divulgação/SEGA)

Como no primeiro Yakuza, os inimigos não são muito variados. Isso não seria exatamente um problema se as batalhas contra chefões não fossem tão pouco inspiradas. Os embates deste estilo acabam sendo a pior coisa que Kiwami tem a oferecer, diferentemente de Yakuza 0 em que tínhamos nos bosses os momentos mais emocionantes de todo o enredo.

Exploração em alto nível e bom humor

Se perder em Yakuza Kiwami é quase que obrigatório. O mapa no canto da tela existe e vai te guiar pelas ruas de Kamurocho, mas o jogo te incentiva a explorar, seja a partir de minigames posicionados em lojas ou com missões paralelas que vão surgir sempre que um NPC te parar no meio da calçada. Isso é um ponto bem positivo da série. Felizmente, não é possível se distanciar do objetivo principal e percorrer um caminho sem volta neste estilo. O jogo, apesar de te distrair bastante, nunca te deixa perder o fio da meada. 

Yakuza Kiwami (Foto: Divulgação/SEGA)Yakuza Kiwami (Foto: Divulgação/SEGA)

Para complementar os extras, Yakuza Kiwami traz ainda o sistema Majima Everywhere. Essa mecânica é uma espécie de “extra bem-humorado” que coloca o personagem Goro Majima, um dos mais engraçados da série, em momentos inusitados. Trata-se de um mecanismo em que Majima irá aparecer em qualquer ponto da cidade para desafiar Kazuma, de formas inesperadas e sempre na base do susto. Mas, para não prejudicar a história, o game esclarece que esse é um “Majima fictício” e não o mesmo que participa do enredo. Bizarro e diferente – mas serve para evoluir seu personagem, então gostamos.

Gráficos sem qualquer comparação

O visual de Yakuza Kiwami evolui de forma incalculável em relação ao original de PS2. O game não está apenas mais bonito e com maior resolução: ele é completamente outro. Se você comparar o visual de Kazuma do primeiro Yakuza, de 2006, com esta nova edição, verá que trata-se, realmente, de um jogo refeito do zero. Os detalhes nos rostos dos personagens, pontos da cidade, elementos visuais nos combates e também nos cenários internos – tudo muito bonito e variado.

Yakuza Kiwami (Foto: Divulgação/SEGA)Yakuza Kiwami (Foto: Divulgação/SEGA)

É surreal ver que essa diferença só é notada se você deixar os dois lado a lado ou conferir telas na Internet. Nossa memória falha um pouco ao se lembrar da era PS2 e acabamos achando que os jogos atuais não são tão bonitos. Yakuza Kiwami chega para estragar essa ilusão e deixar claro que o remake representa essa enorme evolução de gerações.

Conclusão

Yakuza Kiwami é uma bela homenagem à saga que já faz grande sucesso pelas mãos da SEGA e é uma ótima porta de entrada para quem ainda não a conhece – já que é um remake completo da primeira aventura de Kazuma Kiryu. O jogo tem boas adições inéditas em relação ao original e gráficos bonitos, totalmente refeitos. Peca apenas no combate, que é um pouco repetitivo, principalmente nas batalhas contra chefões. De resto, é um ótimo título para ser aproveitado no PS4.

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